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Estudo aponta esgotamento emocional em 36,8% dos estudantes cearenses

Um estudo divulgado pelo Instituto Ayrton Senna revela que 36,8% dos estudantes cearenses avaliados relataram se sentir esgotados ou sob forte pressão emocional. Os dados fazem parte da Avaliação do Futuro, um dos maiores levantamentos do país sobre competências socioemocionais e seus impactos na aprendizagem e no bem-estar de alunos da rede pública.

No Ceará, cerca de 56 mil estudantes do 1º ano do Ensino Médio participaram da pesquisa. O levantamento identificou uma relação direta entre o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como autogestão, engajamento e resiliência emocional, e o desempenho em disciplinas como Língua Portuguesa e Matemática. Alunos com maiores níveis de autogestão apresentaram melhores resultados acadêmicos e vínculos mais sólidos com colegas e educadores.

Além do esgotamento emocional, o estudo aponta outros sinais de sofrimento psíquico entre os estudantes cearenses. Do total avaliado, 31,7% relataram perda de sono por preocupações, 18,9% disseram se sentir infelizes ou deprimidos, 21,6% afirmaram ter perdido a confiança em si mesmos e 21,3% relataram dificuldade para superar problemas. Já 8,3% disseram não conseguir se concentrar em suas tarefas.

Os dados também evidenciam desigualdades de gênero. Entre as meninas, 27% relataram ter perdido bastante ou totalmente a confiança em si mesmas, percentual superior ao observado entre os meninos, que ficou em 19%. Segundo os pesquisadores, esse cenário acompanha tendências já identificadas em estudos nacionais e internacionais, que apontam maior vulnerabilidade emocional entre adolescentes do sexo feminino.

De acordo com especialistas do Instituto Ayrton Senna, os resultados refletem pressões típicas da adolescência, agravadas por fatores como desigualdades sociais, expectativas familiares, cobranças escolares, proximidade do vestibular e comparações nas redes sociais. Esses elementos impactam diretamente a motivação, a aprendizagem e a saúde mental dos estudantes.

O estudo destaca ainda o papel central da escola na promoção do bem-estar emocional. A criação de ambientes seguros, o fortalecimento de vínculos entre alunos e educadores e a adoção de programas estruturados de desenvolvimento socioemocional são apontados como estratégias fundamentais para prevenir o adoecimento emocional e apoiar os jovens.

A Avaliação do Futuro foi realizada em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), da Universidade Federal de Juiz de Fora, e secretarias estaduais de educação. Além do Ceará, o levantamento foi aplicado nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Paraná, integrando um esforço nacional para compreender como fatores emocionais e sociais influenciam o percurso educacional dos estudantes.

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