Maranguape foi selecionado pelo Ministério da Saúde para atuar como município-piloto na fase de avaliação de impacto da vacinação contra a dengue no Brasil. A iniciativa ocorre após a assinatura do contrato para aquisição das primeiras doses do imunizante, formalizado na última sexta-feira (19/12).
A vacina, desenvolvida com tecnologia nacional e aplicada em dose única, é a primeira do mundo com essas características voltadas ao combate da dengue. A previsão é de que o imunizante passe a ser ofertado exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2026.
Segundo o Ministério da Saúde, a escolha de Maranguape levou em consideração a qualidade das ações de vigilância em saúde realizadas no município. A inexistência, até o momento, de circulação significativa do sorotipo DENV-3, associado a maior risco de surtos da doença, também foi considerada.
O acordo firmado prevê investimento federal de R$ 368 milhões para o fornecimento inicial de 3,9 milhões de doses destinadas à rede pública de saúde em todo o país. Além de Maranguape, o município de Botucatu, no interior de São Paulo, também foi definido como área-piloto da estratégia.
Nessas localidades, a vacinação será direcionada a adolescentes e adultos com idades entre 15 e 59 anos. A definição do público-alvo ocorreu após reuniões técnicas com especialistas e seguiu recomendação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), responsável pela análise de evidências científicas e pela formulação das diretrizes de imunização no Brasil.
O Imunizante
Desenvolvida a partir da tecnologia de vírus vivo atenuado, método amplamente utilizado no Programa Nacional de Imunizações, a vacina apresentou eficácia global de 74,4% nos ensaios clínicos realizados com pessoas entre 12 e 59 anos. O índice indica que aproximadamente três em cada quatro casos da doença foram evitados entre os vacinados durante os estudos.
Atualmente, a principal diferença entre as vacinas contra a dengue disponíveis ou em processo de aprovação no país está relacionada ao esquema vacinal e à origem da produção. Enquanto o imunizante do Instituto Butantan é administrado em dose única e produzido no Brasil, a vacina Qdenga exige duas doses e tem fabricação internacional. Ambas são tetravalentes e oferecem proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.
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