A tentativa de realização do primeiro lançamento orbital a partir do território brasileiro resultou em falha na noite desta segunda-feira (22/12). O foguete Hanbit-Nano, desenvolvido pela startup sul-coreana Innospace, apresentou uma anomalia em voo aproximadamente dois minutos após a decolagem do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
A decolagem ocorreu às 22h13. Conforme informações divulgadas durante a transmissão oficial, o veículo ultrapassou a velocidade do som (Mach 1) e atingiu o ponto de máxima pressão aerodinâmica. Em seguida, a transmissão foi interrompida e o centro de controle comunicou a ocorrência de uma anomalia. O veículo foi perdido e não houve continuidade da transmissão.
A análise preliminar indica que a falha ocorreu ainda durante a fase propulsada do primeiro estágio do foguete. Com isso, a tentativa se soma às três operações do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), realizadas nos anos de 1997, 1999 e 2003, que não obtiveram êxito em alcançar a órbita terrestre.

A operação, denominada Spaceward, foi conduzida pela Innospace em cooperação com a Força Aérea Brasileira, responsável pela administração do Centro de Lançamento de Alcântara. O lançamento estava inicialmente programado para a última quinta-feira (17/12), tendo sido adiado para os dias 19 e 22 em decorrência de intercorrências técnicas, falhas no fornecimento de energia, problemas identificados em válvulas do veículo lançador e condições meteorológicas desfavoráveis.
Na tarde desta segunda-feira, a ocorrência de chuva levou à reprogramação das atividades para o período noturno. As etapas executadas incluíram a elevação do foguete na plataforma de lançamento, após transporte na posição horizontal, a verificação dos sistemas de solo e de bordo e o abastecimento do veículo.
Estrutura
O Hanbit-Nano é um foguete de dois estágios, com 21 metros de comprimento. O primeiro estágio é equipado com um motor híbrido que utiliza parafina e oxigênio líquido. O segundo estágio emprega um motor movido a metano e oxigênio líquidos. Em razão da falha registrada nos instantes iniciais do voo, o segundo estágio não chegou a ser acionado.
As cargas úteis transportadas, cinco nanossatélites brasileiros e três experimentos, foram perdidas. A Innospace informou que os dados obtidos durante o teste serão submetidos à análise técnica com o objetivo de identificar as causas da falha. Até o momento, não há definição sobre uma nova tentativa de lançamento.
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