Está programada para esta segunda-feira (29/12) mais uma etapa do tratamento médico do ex-presidente Jair Bolsonaro, voltada ao controle das crises persistentes de soluços. O procedimento, que não envolve cirurgia, corresponde à aplicação do bloqueio anestésico do nervo frênico no lado esquerdo, dando sequência à intervenção iniciada no sábado (27/12). Na ocasião, o mesmo método foi utilizado no lado direito.
Classificada como uma técnica de radiointervenção, a abordagem é realizada sem incisões e utiliza equipamentos de ultrassonografia para localizar o nervo frênico, situado na região cervical e responsável pela inervação do diafragma. A partir dessa identificação, os médicos realizam a aplicação medicamentosa no ponto específico.
Durante toda a intervenção, o paciente permanece sedado e sob monitoramento constante. O tempo estimado do procedimento varia de 40 minutos a uma hora e inclui uma punção com anestésico associada à aplicação de corticoide. A orientação médica é que o bloqueio seja feito de forma alternada, em apenas um lado por vez.
Após a conclusão das etapas previstas, a equipe médica informou que o ex-presidente será acompanhado diariamente para avaliar a resposta clínica ao tratamento. Segundo o radiologista intervencionista do hospital DF Star, Mateus Saldanha, ainda será necessário observar se a intervenção surtirá o efeito esperado sobre o quadro.
Mesmo com a realização do novo procedimento, a previsão de alta hospitalar segue mantida. A expectativa da equipe é que Bolsonaro deixe a unidade de saúde até quinta-feira (1º/01), sem alteração no tempo total de internação.
Ainda na noite de sábado, após a primeira aplicação, Bolsonaro voltou a apresentar crises de soluços, além de elevação da pressão arterial. As informações foram divulgadas através de um boletim médico divulgado neste domingo (28/12).
Histórico
Em 2021, durante o exercício do mandato, Bolsonaro chegou a ser internado no Hospital das Forças Armadas em razão do mesmo problema. Segundo a equipe médica atual, os soluços têm origem multifatorial.
Na última quinta-feira (25/12), após passar por cirurgia de herniorrafia inguinal bilateral, os médicos informaram que fariam ajustes na alimentação e no uso de medicamentos como tentativa inicial de controle das crises. De acordo com o cardiologista Brasil Caiado, todos os fármacos disponíveis para esse tipo de quadro já haviam sido utilizados.
Apesar disso, entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, Bolsonaro apresentou uma crise, que comprometeu o descanso noturno. Diante da piora do quadro, a equipe optou por antecipar a intervenção inicialmente prevista para esta semana. “A resposta não foi conforme o esperado. Ontem, ele teve uma crise de soluços mais prolongada, que atrapalhou o sono. Hoje, ele acordou abatido”, explicou o médico no sábado. Apesar das intercorrências registradas, o hospital informou que o estado de saúde do ex-presidente permanece estável.
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