Moradores do município de Acarape (a 65km de Fortaleza) realizaram uma série de protestos e manifestações nesta sexta-feira (18/12) contra o prefeito Franklin Veríssimo. De acordo com organizadores do movimento, a ação acontece em decorrência da quantidade de descasos protagonizados pela atual gestão. Dentre as principais irregularidades, o atraso de pagamento do salário de servidores efetivos e contratados.
Imagens e vídeos aos quais o “A Notícia do Ceará” teve acesso mostram os manifestantes com cartazes de palavras de ordem em frente a sede da Prefeitura Municipal. Conforme o relato de participantes da iniciativa, a ação mobilizou diferentes setores da sociedade local. “O manifesto teve a adesão não só dos profissionais da educação, mas, também, da área da saúde e da população em geral que não aceita mais o descaso realizado pela Prefeitura”, explicou Brena Sales, professora de Acarape e uma das líderes do protesto.
Conforme os manifestantes, o conjunto de insatisfações englobam o não pagamento do direito a férias e 13º, salários atrasados há três meses, escassez de itens básicos nas unidades de saúde, bem como um dos fatores que a população considerava o mais agravante: a ausência de Franklin, visto que o gestor de Acarape não reside no município, segundo o desabafo da sociedade.
No vídeo acima, manifestantes com faixa em frente a sede da Prefeitura expõem uma contradição existente em Acarape.
Pela ocupação de Franklin, médico por formação, foi gerada a expectativa para a prestação de um serviço de saúde digno ao município. Porém, esta é uma das áreas mais defasadas em Acarape. ” Desde setembro não temos boletim epidemiológico sobre a Covid-19, falta material no hospital, falta a alimentação. A saúde é caótica”, dispara Brena.
De acordo com outras denúncias, ainda no início da pandemia, Franklin chegou a suspender o contrato dos professores contratados. Segundo o gestor, o objetivo era fazer com que os profissionais pudessem solicitar o Auxílio Emergencial de R$ 600 ( R$ 1.200 para mães chefes de Família), visto que a Prefeitura sequer consegue pagar o piso salarial dos professores com carga horária de 100h, que chega aos exatos R$ 1.443,12. Conforme o cartaz abaixo, os educadores que estão nesta categoria não chegam a receber nem a metade do valor devido. “Como que eu iria receber R$ 1.200 se não sou chefe de família? A Prefeitura não consultou ninguém. Por volta de do mês de março, simplesmente comunicaram que iriam fazer isso e ponto”.
De acordo com outra fonte que concedeu os vídeos e imagens ao “A Notícia do Ceará“, e que pediu para não ter a identidade revelada por temer retaliações, as ações negativas proporcionadas por Franklin Veríssimo são propositais e desencadeia uma motivação política: impossibilitado de concorrer às eleições municipais por já ser prefeito de segundo mandato, Veríssimo emplacou a candidatura de um postulante a seu sucessor. Conhecido como “Dr. Alexandre”, o candidato do PSD apoiado pro Franklin foi derrotado em Acarape por um diferença total de votos que chegou a 1728 votos. “Tudo o que o Dr. Franklin está fazendo é de má vontade pelo fato do candidato dele ter sido derrotado na eleição para o seu Edilberto”, denuncia.
O “A Notícia do Ceará” tentou entrar em contato com a Prefeitura de Acarape através dos contatos disponibilizados no site da Prefeitura, que não atendeu às ligações e nem deu retorno até o fechamento desta matéria.
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