Com o pronunciamento do governador Camilo Santana, grande parte do setor de comércio e serviços estarão com suas atividades suspensas até o dia 18 de março. A decisão pelo lockdown, de acordo com o chefe do Executivo, visa conter os altos índices da Covid-19 no Ceará. Mesmo com a decisão, alguns setores não estão incluídos na lista dos que estarão paralisados pelos próximos dias, como é o caso da indústria e construção civil.
Os critérios de direcionar a paralisação de determinadas atividades é decidido pelo comitê de enfrentamento à Covid-19 no Estado. Segundo o que foi estabelecido, os dois setores possuem um baixo índice de contaminação da doença. “A indústria é essencial e nós estamos seguindo os protocolos sanitários, comprovadamente não somos propagadoras da Covid”, declarou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), André Montenegro.
De acordo com Patriolino Dias, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará, os profissionais do setor que exercem suas funções nos escritórios estão trabalhando no sistema home office. “Nós monitoramos 99 canteiros. São 6.946 trabalhadores. Destes, 320 funcionários foram contaminados, 17 pessoas internadas e, infelizmente, um veio a óbito”, afirmou o presidente, detalhando dados que justificam a baixa transmissão da doença entre profissionais do setor.
Em situação de funcionamento inversa, o comércio, pego de surpresa, prepara-se para o atendimento não-presencial. “Enfatizamos os prejuízos que poderão vir, mas a decisão cabe ao governo. Se coubesse a nós, empresários, definiríamos a abertura mais extensa para evitar aglomeração e dar mais proteção a funcionários e clientes”, afirmou Maurício Filizola, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Para ele, os empresários estão “pagando por aqueles que não fizeram o papel corretamente”.
O decreto do Governo suspende atividades esportivas, mas libera Copa do Brasil e regionais. Até o momento, a Federação Cearense de Futebol (FCF) se articula para que o campeonato Estadual não seja paralisado. A entidade busca que as partidas de Ceará e Fortaleza sejam realizadas fora da capital cearense. Uma opção imediata seria direcionar os jogos dos clubes para os seus respectivos Centros de Treinamentos, localizados em Maracanaú e Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.
