Cidades brasileiras e grandes metrópoles da Europa, África, Estados Unidos e Japão receberão ao anoitecer de 22 de dezembro de 2021, artistas, professores, estudantes, empresários, policiais, líderes comunitários e povos originários capitaneados pelo Teatro da Solidão Solidária (TSS).
É que, neste dia, será realizada simultaneamente, em todos os países onde o TSS está radicado, uma ação humanitária inédita. Dezenas de grupos de segmentos sociais diversos promoverão em cada cidade, a ceia de natal, um grande evento coordenado pela Rede Internacional de Arte e Cultura Solidão Solidária (RIACSS).
Estava certo o saudoso ensaísta e professor americano, Hamilton Wright Mabie, quando disse: “Bendita seja a data que une a todo mundo numa conspiração de amor”.

Os acolhidos nesta ceia terão direito não só de se alimentar decentemente, mas de serem ouvidos e vistos como cidadãos e cidadãs, além de vivenciarem a amizade de novos amigos, no evento que se originou do antigo costume europeu de deixar as portas das casas abertas no dia de Natal para receber viajantes e peregrinos.
Independente de religião, partidos políticos ou qualquer outra nomenclatura que tenda a dividir os seres humanos, o importante para o Teatro da Solidão Solidária será o acolhimento que essa ação promoverá neste iluminado dia de graças e apresentações artísticas.
No Brasil, por exemplo, cada grupo receberá uma pessoa em situação de rua para a grande ceia de natal. Já, os outros países acolherão refugiados e imigrantes. A ceia será o ponta pé inicial para o lançamento do projeto “Meu Irmão Voltou Pra Casa” que o TSS lança no mundo.

O Projeto
Meu Irmão Voltou Pra Casa
Acompanhar durante um ano, o referido ser humano e colaborar para que o mesmo retorne para a sociedade é o objetivo maior do projeto intitulado “Meu Irmão Voltou Pra Casa” que o TSS lança no mundo.
“Voltar para casa não implica situar a palavra “Casa” como uma estrutura física que costumeiramente pensamos ao ouvir ou ler essa palavra. Voltar pra casa significa voltar pra si mesmo em estado pleno de cidadania, deveres e direitos, pontuou Ivan Antônio, criador do método de investigação teatral solidão solidária.
O artista de Arcoverde, no Pernambuco, radicado em Camaçari, na Bahia, ainda acrescentou: “Não se trata apenas de um projeto de caridade e compaixão, mas, um projeto de cidadania em que o Teatro da Solidão Solidária se coloca como mediador pela inclusão dessas pessoas ao convívio social”.
O TSS é tido como o fio condutor desse movimento e atuará como mediador nesse processo que o próprio ser em estado de exclusão, apoiado por todos, terá forças para sua nova jornada – isso como cidadão com pelo menos, os mínimos de direitos como qualquer pessoa, no Brasil e, no mundo.

O Teatro da Solidão Solidária (TSS)
Vinte e cinco anos de uma trajetória de experiências e realizações é o que completa neste ano, o Teatro da Solidão Solidária. Inicialmente, artistas utilizavam a arte como ferramenta para a inclusão social. Mas, com o passar do tempo, a rede aumentou e com isso, ampliou-se também, a consciência do grupo inserido no contexto.
Ao longo de mais de duas décadas, os membros envolvidos com o TSS perceberam que artistas não conseguiriam resolver ou diminuir, apenas com a arte, o drama de pessoas que vivem a margem da sociedade.
Portanto, foram criados mecanismos e estratégias para cessar ou pelo menos, amenizar o sofrimento de pessoas que moram debaixo de pontes, viadutos e albergues, vítimas de uma exclusão extrema e invisibilidade.
Atualmente, o Teatro da Solidão Solidária é uma rede composta por uma teia de profissionais a exemplo de empresários, terapeutas, advogados, médicos, garis, policiais, profissionais liberais e pessoas que sintam vontade de acolher ou precisam ser acolhidas.
Em cada cidade do Brasil, o TSS tem um núcleo com uma coordenação, que escolhe junto com a comunidade, uma pessoa a ser acolhida.
Como contribuir com o TSS e o projeto?
Existem várias opções de ajudar o TSS e o projeto “Meu Irmão Voltou Pra Casa”. Os artistas podem contribuir, realizando apresentações e os demais cidadãos, participando dos cursos de formações de multiplicadores, oficinas e palestras do Teatro da Solidão Solidária.
Outra forma de contribuir com o projeto é fazer a doação de roupas, alimentos e material de higiene pessoal. Como diz o idealizador do Teatro da Solidão Solidária, Ivan Antônio, a solidão não habita em especial, os desvalidos, mas todo ser humano que se sente sozinho.