Uma denúncia sobre um grave crime ambiental no Parque Estadual das Carnaúbas, entre os municípios de Granja e Viçosa do Ceará, tem repercutido na região do complexo da Ibiapaba. Com o intuito de implantar energia eólica, a empresa Ômega Desenvolvimento S/A está abrindo estradas e desmatando uma Área de Proteção Ambiental sem autorização ambiental dos órgãos competentes.
Um fator curioso é que os trabalhos foram iniciados após o secretário Municipal de Meio Ambiente, Gilton Barreto, ter permitido a exploração do local. Porém, a atitude é ilegal, pois a área das serras de Ubatuba e das Flores é protegida por lei.

De acordo com o documento assinado pelo titular da pasta, a supressão vegetal deve ser feita apenas quando estiver próxima da instalação das torres eólicas. Além do mais, o texto orienta como deve ser feito esse procedimento e solicita que seja dada prioridade à mão de obra local como forma de inclusão para diminuir os impactos sociais.
Como explica o deputado Romeu Aldigueri (PDT), a intervenção está sendo feita sem licença da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e sem autorização do ICMBio, que é necessária pois se trata de uma Área de Proteção Ambiental federal. Inclusive, estudos da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ministério do Meio Ambiente e outras fundações mostram que o local se trata de uma das áreas mais importantes a serem preservadas na caatinga brasileira por sua importância biológica.
“Não somos contra empreendedorismo nem energia eólica, muito pelo contrário porque é uma energia limpa, mas somos contra a exploração ilegal e criminosa sem estudo ambiental”, pontuou.

Quem também reivindica um posicionamento do Estado é a engenheira civil e fundadora da Granja Aventure, a primeira empresa de ecoturismo de Granja, Nara Magalhães. O objetivo é que seja feita a implantação efetiva do Parque Estadual das Carnaúbas que foi criado por meio do decreto 28.154, em fevereiro de 2006.
“Precisa, sim, da participação efetiva do Estado e da Secretaria do Meio Ambiente. Cadê o nosso parque? Cadê o plano de manejo? Nós queremos um parque sustentável”, declara.
A Rede ANC entrou em contato com a Prefeitura de Viçosa do Ceará, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.