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Bebê de 1 ano morre após diagnóstico errado; mãe relata negligência

Agnes Louane, de 1 ano e 1 mês, perdeu a vida após sofrer negligência, conforme relata a mãe. Munícipes já clamam por justiça para o caso.

Foto: arquivo pessoal

 

Uma bebê de pouco mais de 1 ano perdeu a vida após sofrer negligência no Hospital Municipal Dotorzão de Acarape, a 61 km de Fortaleza, conforme relata a mãe. A trabalhadora autônoma Laís Vitória, de 20 anos, conta ter procurado o atendimento médico após a filha apresentar sintomas de forte cansaço e alto grau de febre.

No dia 22 de julho, quando foi feita a primeira consulta, Laís afirma que o médico Ryúji Hori não utilizou o estetoscópio ou realizou qualquer exame. “Ele me disse que a única coisa que eu deveria fazer era aumentar as doses do aerosol, que eu já tinha em casa. Disse que o que a minha filha tinha era apenas uma crise asmática”, relata.

Após ser levado para casa, o bebê passou a noite dormindo apenas com o uso do aerosol. Ao amanhecer com a barriga distendida e uma febre permanente, Laís levou Agnes Louane novamente ao hospital, onde foi atendida pelo mesmo médico. Neste dia, Ryúji consultou a criança e utilizou o estetoscópio. O diagnóstico proferido foi de que Agnes estava com uma infecção intestinal, mesmo não tendo sido realizado exame nenhum novamente, como relata a mãe.

Neste momento, Laís conta que os embates entre o médico e ela começaram a ficar mais tensos. A mãe da criança afirma que insistiu para que o profissional iniciasse um processo de oxigenoterapia no bebê, dizendo que dava para ouvir um chiado no pulmão da paciente. O médico respondeu dizendo que não se tratava de um chiado e que na verdade o estômago de Agnes estava roncando. “Ele disse que quem decidia isso era ele porque quem era o médico era ele, e eu não sabia de nada”, afirma. Apesar disso, o médico iniciou o processo de inalação na criança, sem sucesso.

O profissional passou a receitar diversos remédios como Luftal, Dipirona e Buscopan, que não tiveram efeitos na paciente. Após notar que a criança passou a noite mal e estava com um olhar que começava a desfalecer, Laís decidiu levar o bebê de novo ao hospital e reafirmou que só sairia de lá caso o médico fizesse algo. Desta vez, a mãe foi atendida por outro médico que logo diagnosticou pneumonia. “Ele disse que não era nem para ela estar ali”, conta Laís.

A paciente foi levada ao Hospital Albert Sabin, em Fortaleza, logo após a consulta, onde foi constatado que o bebê estava com pneumonia. Agnes foi transferida para o Hospital Waldemar Alcântara, intubada às pressas. “O pulmão direito dela já estava totalmente comprometido por conta de uma pneumonia bacteriana. Pneumonia essa que o médico disse que era uma infecção intestinal”, relata. Ao conversar com os profissionais da unidade, Laís descobriu que a intubação poderia ter sido evitada, caso tivesse sido solicitado um exame no primeiro atendimento.

Agnes passou 23 dias intubada até falecer na última segunda-feira (15/08), vítima de um choque séptico causado pela infecção. A criança tinha 1 ano e 1 mês de vida. “A minha filha morreu totalmente sem pulmão por conta de uma negligência médica, porque eu fui procurar atendimento com a minha filha, algo que eu tinha direito, mas foi negado”, encerra.

A Rede ANC procurou a gestão de Acarape para saber como os setores responsáveis se pronunciam à respeito do caso. O Gabinete do prefeito Edilberto Beserra (PDT) afirmou que responderia as demandas mas a Prefeitura decidiu publicar nota nas redes sociais, onde diz que está “mobilizada para apurar os fatos e verificar se houve alguma falha funcional da equipe que atendeu a criança”. No município, pessoas revoltadas com a situação já levantam a hastag #justicaporagnes.

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