A Notícia do Ceará
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A partir de 2070, 40% da população do Ceará será formada por idosos

 

De acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de 2070, 40% da população do Ceará será composta por idosos, ou seja, pessoas com 60 anos ou mais, o que representa aproximadamente 3,4 milhões de pessoas. Nessa perspectiva, a cada cinco pessoas no Estado, duas serão idosas.

Vale lembrar que, segundo o Censo Demográfico de 2023, 14,7% da população do Ceará são de idosos. No mesmo ano, o IBGE expos em pesquisa que, de 2012 a 2022, a população estadual está passando por um envelhecimento, fazendo com que se tenha mais idosos cearenses que crianças. Além disso, ano passado já foi revela que população mais idosa do Estado está concentrada no Centro-Sul, principalmente na região dos Sertões.

No ano 2000, o Instituto revelou que 9,2% da população do Estado era formada por idosos. Seguindo essa projeção, está previsto que essa quantidade dobre em 2031, ocasionando que o número de habitantes idosos no Ceará chegue a 18,5%. Enquanto em 2047, se espera que esse montante triplique, chegando a 27,9%, e, em 2063 quadruplique, elevando para 37%.

Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Manuela Castro Sales, afirma que envelhecimento populacional é um fenômeno que vem ocorrendo no Brasil nos últimos 50 ano. Ela revela que os principais fatores para esse acontecimento foram os aperfeiçoamentos em questões hidrossanitárias, melhorias no controle de doenças crônicas e aumento da longevidade da população associados à redução da taxa de natalidade.

A professora ainda explica que isso tem acontecido no País mais rapidamente quando comparado com outras nações, e que o Estado ainda não conseguiu se preparar para esse desafio. “Nós precisamos com urgência acelerar as políticas públicas de saúde para atender essa população, que é cada vez maior e está crescendo de forma alarmante”, disse Manuela.

A docente da UFC comenta que, para se preparar para cenário projetado pelo IBGE, o Estado precisa trabalhar na proteção da pessoa idosa, na segurança e na saúde. Além disso, Manuela diz que é necessário fazer uma ampliação de instituições de longa permanência, no qual atendam idosos sem condições de se manterem no próprio domicílio e sem familiares para atuarem como cuidadores.

Vale lembrar que, em agosto de 2021, o Governo Estadual sancionou a Lei Nº 13.243/2022, que instituiu a Política Estadual da Pessoa Idosa. Segundo o documento, essa política é regida pelos seguintes princípios:

  • A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade e defendendo seu direito à vida, à dignidade e bem-estar
  • O idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza, uma vez que o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral
  • O idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através dessa política, observadas as diferenças econômicas, sociais, regionais e  culturais pelos poderes públicos e pela sociedade em geral

No entanto, apesar do avanço em políticas públicas para idosos terem evoluído, a geriatra afirma que isso ainda não é o suficiente. “No Ceará, temos algumas políticas em andamento já publicadas, mas pouco foi feito e tirado do papel. Precisamos evoluir muito e evoluir rápido, porque a nossa população está envelhecendo cada vez mais rápido, as famílias estão diminuindo de tamanho e não existem pessoas para cuidar desses idosos”, comenta a professora.

 

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