O uso abusivo de álcool e outras drogas é a segunda principal causa de internações na clínica psiquiátrica do Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), localizado em Limoeiro do Norte, no Ceará. Segundo dados divulgados pela unidade, nos primeiros cinco meses de 2025, 43 pacientes deram entrada com esse perfil, representando 18,6% das admissões, atrás apenas da depressão. A maioria dos internados tem entre 15 e 30 anos, e pouco mais da metade são mulheres (51,16%).

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26), no Dia Internacional Sobre o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, e servem de alerta para os impactos da dependência química na saúde mental da população jovem da região.
O HRVJ, equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) gerido pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), atende pacientes via regulação médica, a partir do encaminhamento de outras unidades de saúde. O tratamento é feito de forma individualizada, respeitando as crenças e a história de cada paciente, com apoio de uma equipe multiprofissional.
Entre os principais critérios para considerar o uso de substâncias como uma patologia, estão: perda de controle sobre o consumo, prejuízos na vida pessoal e profissional, necessidade de doses maiores para obter os mesmos efeitos (tolerância), e sintomas de abstinência ao tentar parar.
Apoio familiar
Segundo o médico psiquiatra Márcio Granjeiro, a família tem o papel essencial no processo de recuperação, oferecendo apoio emocional e evitando o julgamento. Ele recomenda procurar ajuda nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) ou nos ambulatórios de saúde mental dos municípios.
Após a alta hospitalar, o tratamento não deve ser interrompido. É necessário manter o acompanhamento médico, tomar a medicação corretamente e adotar hábitos saudáveis, como prática de atividades físicas e alimentação equilibrada.
Para o especialista, o combate à dependência química também passa pela mudança de percepção social. Ele defende que a sociedade compreenda a dependência como uma doença crônica, combatendo o estigma e promovendo a reintegração por meio de oportunidades de trabalho e educação.
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