Um estudo recente realizado pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPSAC) da Universidade Estadual do Ceará (Uece) revela uma conexão entre adolescentes extrovertidos e o consumo precoce de álcool, especialmente aqueles com baixa resiliência emocional. O objetivo da pesquisa foi compreender os fatores que estão ligados ao início do consumo de álcool antes dos 15 anos e identificar tanto os elementos que aumentam o risco quanto os que podem servir como proteção nesse cenário.
Entre as descobertas, o estudo apontou que o consumo precoce de álcool está relacionado a diversos fatores além do comportamento emocional do adolescente. Aspectos como o uso de álcool pelos pais ou responsáveis, o envolvimento em atos de bullying (principalmente quando o jovem é o agressor) e o hábito de fumar em ambientes escolares surgiram como indicadores de risco.
Dayse Alves, professora da Faculdade de Educação e Ciências Integradas de Crateús (Faec/Uece) e principal responsável pela pesquisa, alerta para as consequências do consumo de álcool ainda na adolescência. Ela ressalta que, além dos impactos sociais, a ingestão precoce pode resultar em transtornos mentais, acidentes de trânsito, comportamentos de risco sexual, entre outros problemas.
A pesquisadora defende a implementação de políticas públicas mais integradas, que envolvam diferentes áreas para prevenir o consumo precoce de álcool e o bullying nas escolas. “É necessário construir políticas públicas interdisciplinares e intersetoriais para a prevenção do uso precoce de álcool e da violência escolar, com destaque para o bullying, nos ambientes educacionais. Além disso, é fundamental promover a aprendizagem integrada de habilidades socioemocionais, de acordo com a necessidade desses e dessas adolescentes e do contexto em que se encontram inseridos”, explicou.
O estudo, intitulado “Uso Precoce do Álcool: Correlação com Violência Escolar e Competências Socioemocionais”, resultou da dissertação de Mestrado de Dayse Alves no PPSAC e foi orientado pelo professor Francisco José Maia Pinto. O artigo foi publicado na Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa.
Os coautores da pesquisa incluem Ana Carina Stelko-Pereira (UFPR), Manoelise Linhares Ferreira Gomes (Uece), Bruna Rodrigues Nunes (Uece), Steffany Rocha da Silva (Uece), Tayane Carneiro Cruz (Uece) e Richelle Magalhães de Castro Peixoto (Uninassau).
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