O senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota ontem na qual se diz indignado com as “reiteradas tentativas” de envolver o PSDB e seu nome nos escândalos investigados pela Operação Lava Jato.
“Estou sendo alvo de declarações criminosas, feitas por réus confessos e que se limitam a lançar suspeições absurdas, sem qualquer tipo de sustentação que não a afirmação de que ‘ouviu dizer’”, declarou.
Na quarta-feira, 3, o lobista Fernando Moura disse, em depoimento à Justiça, que Aécio fazia parte de um esquema em Furnas e controlava as indicações à diretoria da estatal.
Moura mencionou também o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo. Segundo o lobista, ao assumir a diretoria, Toledo disse a ele: “Não precisa nem aparecer aqui.
Vai ficar um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio”.
“Pretendo interpelar o lobista Fernando Moura para que confirme a citação feita ao meu nome”, afirma Aécio, na nota.
A defesa de Dimas Toledo também nega as acusações feitas pelo lobista. O senador ainda chama a atenção para as contradições nos
depoimentos de Moura.
O lobista, que fechou um acordo de delação, admitiu ter mentido em seu primeiro depoimento à Justiça, quando negou acusações que havia feito ao ex-ministro José Dirceu na colaboração premiada. Ele já depôs três vezes neste ano.
“Ele não havia sequer mencionado meu nome em depoimento anterior”, diz o senador do PSDB. “É preciso que se investigue a fundo para que sejam reveladas as verdadeiras motivações das
falsas acusações.”
Também ontem, o advogado de Dirceu, Roberto Podval, afirmou à reportagem que não vê credibilidade no delator.
Folhapress
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Depoimento
Em depoimento à PF, o diretor de Geração da Eletrobras, Valter Cardeal, admitiu ter participado de duas reuniões na casa de José Antunes Sobrinho, da Engevix, um dos empreiteiros que foi preso na Lava Jato, e afirmou que foi envolvido no escândalo de corrupção por vingança do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Segundo Cardeal, que está licenciado do cargo, o assunto tratado foi a construção da usina de Belo Monte e Pessoa também esteva presente.
Ele justificou que os encontros foram marcados de emergência e que não tem costume de fazer reuniões em residências particulares. Cardeal foi envolvido na Lava Jato na delação do dono da UTC.
O.P.Online