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Alece discute combate à contaminação por metanol em bebidas

Foto: Reprodução

A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) vai iniciar a análise de medidas para enfrentar a possível presença de metanol em bebidas alcoólicas no estado. O presidente da Casa, deputado estadual Romeu Aldigueri (PSB), apresentou dois projetos de lei sobre o tema, que começam a tramitar nesta terça-feira (7).

A primeira proposta torna obrigatória a apresentação de um laudo laboratorial que comprove a ausência de metanol em bebidas destinadas ao consumo no Ceará. O segundo projeto estabelece um protocolo estadual para atendimento de casos de intoxicação por essa substância, exigindo que unidades de saúde mantenham estoques dos antídotos recomendados para o tratamento.

Embora a maior parte dos casos de intoxicação por metanol no país tenha sido registrada em São Paulo, o Ceará também notificou ocorrências. Até a noite da segunda-feira (6), o estado havia recebido cinco notificações suspeitas, sendo duas já descartadas e três ainda em apuração.

Na mesma data, o Ministério da Saúde enviou ao Ceará doses de etanol farmacêutico, um dos antídotos usados no tratamento de pessoas intoxicadas.

Obrigatoriedade de laudo para bebidas

A proposta do deputado Aldigueri prevê que toda bebida alcoólica comercializada ou distribuída no Ceará deve apresentar laudo laboratorial atestando que está livre de metanol.

A exigência se aplica a bebidas oferecidas em eventos públicos ou privados, como festas, festivais, feiras, shows e confraternizações, além de estabelecimentos como bares, restaurantes, clubes, boates, hotéis, pousadas, quiosques, distribuidoras e demais pontos de venda para consumo coletivo imediato.

Conforme o Projeto de Lei 929/2025, o documento será de responsabilidade do fornecedor ou distribuidor da bebida. Já os organizadores de eventos e comerciantes deverão manter cópia do laudo durante todo o período de fornecimento ao público, apresentando-o imediatamente em caso de solicitação por órgãos de vigilância sanitária ou defesa do consumidor.

O descumprimento da norma poderá resultar em sanções administrativas, além de outras penalidades previstas em leis sanitárias, de defesa do consumidor ou criminais. As punições vão de advertência e multa até apreensão dos produtos e interdição temporária do local ou evento.

Protocolo de atendimento a intoxicados

O segundo projeto apresentado por Aldigueri cria um protocolo específico para o atendimento de pacientes intoxicados por metanol. A medida será obrigatória para todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais públicos e privados no estado.

O PL 930/2025 determina que essas unidades devem manter estoques permanentes de antídotos como etanol intravenoso e fomepizol, considerando sua disponibilidade no mercado nacional. A responsabilidade pela aquisição e distribuição ficará com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Além disso, os estabelecimentos de saúde deverão seguir um protocolo clínico padronizado, criado e atualizado pela Sesa, e oferecer capacitação técnica regular aos profissionais para diagnóstico precoce, tratamento adequado e correta notificação dos casos.

Por meio das redes sociais, Romeu Aldigueri convocou o debate com outros parlamentares, a Sesa e representantes do setor de bares e restaurantes: “Vamos discutir e debater essas ideias, sempre pensando na saúde da população e na prevenção”.

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