Alunos da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Antônio Rodrigues de Oliveira, foram premiados na Genius Olympiad, pelo projeto cearense “Mapeamento regional de espécies catingueiras e invasoras na cidade de Pedra Branca: um estudo quantitativo acerca dos impactos da arborização no microclima, vegetação e solo da caatinga local”.
A olimpíada é uma competição internacional sobre questões ambientais para jovens do Ensino Médio. Trata-se de uma mostra que aconteceu entre os dias 10 e 14 de junho deste ano, na cidade de Syracuse, no estado norte-americano de Nova York.
Com a conquista do 3º lugar geral na categoria Science Environmental Quality, as estudantes que receberam medalha de bronze, estão tendo a oportunidade de se candidatarem a bolsas de estudo no Rochester Institute Of Technology (RIT) após a conclusão do Ensino Médio.
Para participar do evento, a equipe da escola contou com o apoio financeiro do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), que custeou as taxas de inscrição e consulares para emissão de vistos, passagens, seguros, alimentação e hospedagem.
Os estudantes que realizaram o projeto, Bruna Vitória Bernardo do Nascimento, Gyuliana Facundo de Oliveira e Gustavo Pacífico Gomes Fernandes, tiveram a orientação dos professores Francisco Renato Moreira da Silva (orientador) e Rafael Saraiva da Silva (coorientador). Além do professor Renato, as estudantes Bruna e Gyuliana representaram o grupo na viagem.
Para Bruna Vitória, participar da Genius Olympiad foi uma experiência inesquecível. “A interação com pessoas de diversos países e culturas ampliou nossa visão de mundo, enquanto conhecer os Estados Unidos, especialmente Nova York, foi algo incrível. Essa vivência contribuiu significativamente para meu desenvolvimento pessoal e intelectual, proporcionando momentos marcantes que levarei comigo para sempre”, descreve.
O reconhecimento internacional é festejado também pela jovem. “Estar entre os melhores foi emocionante e gratificante, refletindo não só meu esforço, mas também o apoio de meu país, minha família e todos que acreditaram em mim. A educação científica mudou minha vida, transformando a aprendizagem e revelando aptidões e talentos desconhecidos. Fazer ciência impactou profundamente tanto minha vida estudantil quanto pessoal, permitindo experiências inimagináveis”, enfatiza.
Já Gyuliana Facundo frisa a qualidade de projetos expostos e da programação do evento. “Foi uma experiência incrível poder participar da Genius Olympiad, uma grande feira com projetos excelentes, muito bem organizada, com atividades durante o dia não só para participar da competição, mas também para deixar os alunos mais relaxados para as apresentações. Não teve sensação mais gratificante em saber que todo o esforço, todo o trabalho foi bem reconhecido. A iniciação científica me fez aprender coisas novas, que talvez nunca visse de outra forma, e me fez ter experiências únicas e enriquecedoras”, ressalta.
A pesquisa
Foi levantado pelo projeto, que a caatinga, bioma essencial para o Nordeste brasileiro, está com 80% da vegetação nativa alterada por causa das ações antrópicas, como as queimadas, que têm crescido nos últimos anos, provocando desequilíbrio da biodiversidade, aumento das temperaturas, baixa umidade do ar e liberação de gases tóxicos à saúde humana.
Um mapeamento da arborização na cidade de Pedra Branca, elaborado com o auxílio de GPS e aplicativos direcionados, feito de forma paralela ao projeto, identificou plantas invasoras, sendo o nim indiano a espécie mais presente. De acordo com a pesquisa, este vegetal tem a característica de danificar calçadas e tubulações, além de causar infertilidade em pássaros, ser tóxica para polinizadores e causar o empobrecimento do solo, como constatado por análise realizada.
Uma saída para contrapor esta tendência seria a promoção de uma campanha de arborização organizada nas zonas urbanas, levando em conta o poder que as árvores têm de reduzir a sensação térmica, aumentar a umidade do ar, alimentar e abrigar pássaros, como também, promover a manutenção estética das cidades.
O projeto realizou uma campanha de distribuição de mudas de espécies nativas para serem usadas na cidade, como o cajueiro e a goiabeira, principalmente nos bairros mais quentes. Chegou a ser desenvolvido ainda, o aplicativo denominado AMB, tendo como a sua finalidade principal, informar a população sobre como desenvolver mudas nativas e ensinar as espécies corretas para o uso na arborização de qualidade. O software está em processo de publicação nas plataformas digitais.
A equipe desenvolveu oficinas de conscientização nas escolas da rede pública em que os alunos ensinaram a produzir mudas a partir de plantas locais. O intuito foi acabar com o problema. Só lembrando: as escolas estão instaladas na na sede de Pedra Branca.
> As fotos da MATÉRIA são de Arquivo Pessoal.