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Alvo do MP e do TJ, crise no IJF se aprofunda

Falta de insumos, remédios, cancelamentos de cirurgias e atendimento precário são problemas crônicos do Instituto Doutor José Frota (IJF), hospital de referência na urgência e emergência que recebe pacientes de todo estado, mas que tem se agravado nas últimas semanas e que tem chamado atenção dos órgãos de controle, como o Ministério Público do Ceará e o Tribunal de Justiça do Ceará.

Segundo relatos de pacientes e de acompanhantes, a precarização do serviço é tão grande que entre os itens que se encontram em falta estão lençóis e até agulhas, além da demora na entrega de comida servida pelo hospital, e que medicamentos simples como a dipirona, usada para aliviar a dor, estão escassos, assim como antibióticos. O Sindicato dos Médicos do Ceará acompanha os eventos com preocupação, e diz que a demora nos atendimentos se dá em razão da falta de profissionais, a maioria deles terceirizados e que se encontram com pagamentos atrasados.

Arquivo pessoal / Diário do Nordeste

Em entrevista à Rede ANC, a parlamentar Martinha Brandão (Cidadania), disse que outro problema preocupante é a sobrecarga dos profissionais da área de saúde que atuam no hospital. “O IJF está literalmente na UTI. Não é de agora. Já tem mais de um ano que o SindiSaúde vem denunciando esse tipo de situação. Para você ter noção, nós fomos procurados para ouvir o relato de um técnico de enfermagem. No feriado da Semana Santa, ele teve de dar conta de 90 pacientes. Isso é humanamente impossível”, diz ela.

Ações

No último dia 7 de novembro o Ministério Público do Ceará ingressou com uma Ação Civil Pública para que tanto a Prefeitura de Fortaleza, Secretaria de Saúde e o próprio IJF “garantam o abastecimento, em quantidade suficiente e adequada, de todas as medicações e insumos obrigatórios e essenciais para o funcionamento do hospital de grande porte e alta complexidade”. A ação vem após o recebimento de várias denúncias relacionadas às deficiências no atendimento da unidade. Além do MP, o TJ CE deu um prazo de 72h para que o hospital respondesse sobre a falta de medicamentos e insumos, mas o prazo acabou no último sábado (16).

É requerido ainda que seja designado um comitê para acompanhar o plano de ação e apresentar comprovante garantindo o valor dos recursos orçamentários necessários para o abastecimento adequado do hospital, no mínimo, até o fim deste ano, sob pena de multa diária. 

[Ação Civil Pública do Ministério Público do Ceará]

Segundo o MP, 279 medicamentos dos 375 estariam com os estoques zerados, 74,4% do acervo da farmácia, e que na questão dos insumos a falta está em 51,6%, com 263 dos 513 em falta. O Ministério Público pede na AC um prazo de 10  dias para que esses problemas sejam sanados, e que os materiais não sejam retirados de outros hospitais a fim de recolocá-los no IJF.

Entramos em contato com a assessoria do IJF. Assim que obtivemos resposta, essa matéria será atualizada.

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