Um novo medicamento autorizado pela Anvisa pode mudar a forma como a medicina lida com os primeiros sinais do Alzheimer. Denominado de Kisunla, o remédio tem como princípio ativo o donanemabe, um anticorpo monoclonal que atua diretamente sobre um dos principais marcadores da doença: a proteína beta-amiloide.
Essa proteína é responsável pela formação de placas tóxicas no cérebro, que estão associadas à perda progressiva de memória e de outras funções cognitivas. O donanemabe se liga a esses depósitos e ajuda a eliminá-los, desacelerando os efeitos da doença em sua fase inicial.
O que dizem os estudos?
A aprovação veio após resultados animadores de um estudo com mais de 1.700 voluntários diagnosticados com Alzheimer em estágio leve. Ao longo de 72 semanas, parte dos pacientes recebeu o medicamento e a outra parte, um placebo. O grupo tratado com donanemabe teve uma evolução mais lenta dos sintomas, com diferenças consideradas significativas pelos pesquisadores.
As doses foram aplicadas em duas fases: primeiro, 700 mg a cada quatro semanas, e depois, o dobro da dose. A resposta positiva ao tratamento pode representar um possível avanço no enfrentamento do Alzheimer.
Quem não pode usar?
Apesar da novidade, o medicamento não é indicado para todo mundo. A Anvisa contraindica o uso em pessoas que estejam em tratamento com anticoagulantes, como a varfarina, ou que tenham sido diagnosticadas com angiopatia amiloide cerebral por ressonância magnética. O motivo é o risco aumentado de complicações nesses perfis, o que torna o uso do remédio mais arriscado do que benéfico.
Quais os efeitos colaterais?
Como todo tratamento, o Kisunla também pode provocar reações. As mais comuns são febre, dores de cabeça e sintomas semelhantes aos da gripe, geralmente ligados ao processo de infusão intravenosa. A agência reguladora informou que vai acompanhar de perto a aplicação do medicamento no país e que medidas de segurança já estão previstas em um plano específico de monitoramento.
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