A Companhia de Água e Esgoto (Cagece) reforçou sua decisão de manter a instalação da usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza. Em resposta ao posicionamento contrário da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que recentemente emitiu um parecer contrário à localização proposta, a Cagece afirmou que as obras estão programadas para iniciar já em 2024.
O debate ganhou destaque após a Anatel expressar preocupações sobre possíveis impactos na infraestrutura de cabos submarinos na região. No entanto, através de comunicado, a Cagece assegurou que não há riscos e criticou o setor de telecomunicações por insistir na tentativa de alterar o projeto. A empresa argumentou que, dada a previsão de uma séria seca em 2024 no Ceará, a Dessal é crucial para garantir o abastecimento de água.

A Cagece também sugeriu que a resistência ao projeto pode estar relacionada à tentativa de privatização da Praia do Futuro por parte de empresários. A empresa de saneamento acusou, ainda, as empresas de telefonia de desinteresse pela segurança hídrica da população do Ceará.
Controvérsia
A Anatel, em seu parecer mais recente, reafirmou sua oposição à usina mesmo após a Cagece ajustar o projeto, afastando a Dessal aproximadamente 500 metros da localização originalmente planejada. A agência argumentou pela necessidade de realocação da estrutura para outra área, dentre as opções consideradas no edital.
A principal preocupação da Anatel são os possíveis riscos à operação e expansão dos sistemas de cabos submarinos no local. Nesse contexto, as empresas de telecomunicações sustentam que a Dessal pode impactar negativamente o hub de cabos de fibra óptica, o que pode afetar os serviços de internet.
A Cagece rebateu a objeção da Anatel, afirmando que o afastamento de 500 metros é suficiente para diminuir os riscos. A agência, no entanto, contesta, alegando que tal medida não elimina os perigos associados à implantação das tubulações e captação da usina de dessalinização.