O aumento das apostas em cassinos online está fomentando a inadimplência, afetando mais de 1,3 milhão de brasileiros. Entre 2023 e 2024, esse setor movimentou impressionantes R$ 68 bilhões, conforme um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A situação traz algumas consequências econômicas, incluindo a previsão de perda de até R$ 117 bilhões anualmente no varejo, resultando em uma queda de 11,2% no faturamento do setor.
Os dados revelam que 22% da renda disponível das famílias brasileiras foi desviada para jogos de azar no último ano. Essa mudança no consumo não apenas provoca inadimplência, mas também reduz o gasto com bens essenciais.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca que esse fenômeno atinge principalmente os jovens e as pessoas de baixa renda, alertando para o ciclo vicioso que se forma. “As apostas, que começam como entretenimento, acabam comprometendo uma parte significativa do orçamento das famílias, criando um ciclo de endividamento e redução do consumo”, comentou.
Em resposta a essa crise, a CNC ajustou suas projeções de crescimento do varejo em 2024, reduzindo a expectativa de 2,2% para 2,1%. Leandro Domingos Teixeira Pinto, vice-presidente financeiro da entidade, afirma que “esse desvio de consumo cria um ambiente de estagnação econômica e compromete o desenvolvimento do país”.
Diante desse cenário, a CNC defende a regulamentação dos cassinos físicos no Brasil. Segundo a entidade, essa medida pode gerar até 1 milhão de novos empregos e aumentar a arrecadação em R$ 22 bilhões anualmente. José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, argumenta que, ao contrário das apostas online, os cassinos físicos podem impulsionar o turismo e favorecer um crescimento econômico mais estável.
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