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Assassinatos no IJF e Escola Delma Hermínia: é preciso uma reflexão sobre os casos

Duas situações de violência dominaram na manhã desta terça-feira os noticiários locais: primeiro a morte de um adolescente na Escola Municipal Delma Hermínia, no bairro Jangurussu. A segunda, não menos chocante, um assassinato brutal nas dependências do maior hospital de urgência e emergência da Capital, o Instituto Doutor José Frota (IJF). O que há em comum nos dois casos, o fato de os dois equipamentos serem de responsabilidade da Prefeitura de Fortaleza.

É preciso questionar, inicialmente, como uma escola pública municipal, encravada em uma das regiões da Capital onde é marcante a atuação do crime organizado, não oferecer nenhum tipo de segurança na escola ou entorno. O adolescente de 16 anos estaria deixando a irmã na escola quando foi surpreendido pelos disparos. Conseguiu entrar na unidade de ensino, mas foi perseguido e morto ali, em frente às crianças, alunos e professores da Escola.

Onde estava a Inspetoria de Segurança Escolar (ISE), projeto da Prefeitura de Fortaleza, através da Guarda Municipal, responsável pela segurança das unidades escolares do município? A ISE atua com cerca de 170 guardas e, pelo menos dentro das especificações, atua através de rondas e permanências 24 horas para garantir a segurança à rede municipal de educação. Foi firmado, inclusive, um convênio entre as secretarias da Educação (SME) e da Segurança Cidadã (Sesec), que viabilizou a aquisição de 20 novas viaturas, além do trabalho de videomonitoramento, em tempo real de mais de 100 escolas. Por que todo esse aparato anunciado não tem sido eficaz para garantir a vida das crianças e adolescentes que vivem e dependem das escolas nos bairros de periferia?

No caso do IJF, o crime bárbaro, de assassinato seguido de decapitação, deixou aterrorizado os servidores e pacientes que presenciaram a cena, roteiro de um filme de terror. O autor seria um ex-funcionário do IJF, que não encontrou nenhuma dificuldade de acesso às dependências do hospital carregando uma mochila nas costas, com armas dentro. Não passou por revista, nem foi barrado. Procedimentos simples, que poderiam ter evitado essa tragédia. Nas imagens que circulam pelas redes sociais, o terror de todos que presenciaram a essa terrível cena, dentro do refeitório do hospital. Um outro funcionário foi ferido. Muitos correram, mas um paciente que estava acomodado em uma maca no corredor ficou ali, totalmente vulnerável a qualquer tipo de violência.

As câmeras registram a fuga do autor da bárbarie, que saiu como entrou, sem ser detido por ninguém. Que as omissões sejam punidas, para que casos como esses não continuem se repetindo.

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