Os atrasos salariais na saúde pública de Fortaleza têm provocado mobilizações entre os trabalhadores. Nesta segunda-feira (09/12), representantes de sindicatos se reuniram com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para discutir pendências financeiras que afetam diversas unidades. A situação levou a uma manifestação em frente à sede da SMS, com cobranças por soluções imediatas.
O Sindicato dos Médicos do Ceará aponta que Fortaleza está entre as 13 cidades do estado com dívidas salariais com profissionais da saúde. Os atrasos já impactam serviços essenciais, como o atendimento domiciliar do programa Melhor em Casa, suspenso por falta de profissionais. Além disso, ambulâncias do Samu foram retiradas de circulação pelo mesmo motivo, agravando a crise no atendimento de urgência.
De acordo com o sindicato, as pendências, acumuladas desde setembro, também atingem unidades como Policlínicas, Hospital da Mulher, Instituto José Frota e Hospital Nossa Senhora da Conceição. Representantes da categoria alertam que a regularização dos pagamentos pode depender de ações judiciais, o que prolongaria ainda mais os danos financeiros e emocionais enfrentados pelos trabalhadores.
Outras entidades, como o Sindisaúde, também denunciam atrasos relacionados a instituições terceirizadas, como a SPDM, Santa Casa de Fortaleza e o Hospital Sopai. A SPDM afirmou estar utilizando recursos próprios para pagar seus profissionais, enquanto aguarda repasses atrasados da SMS há cinco meses. Por outro lado, o Instituto Cisne mencionou pendências menores e a organização Viva Rio ainda não esclareceu a situação de seus pagamentos.
Durante o encontro, a SMS atribuiu os atrasos à falta de repasses do Ministério da Saúde, embora em reuniões anteriores tenha alegado problemas técnicos como causa. A Secretaria negou pendências em algumas unidades, como UPAs e Policlínicas, mas reconheceu débitos com a Coaph Saúde, cuja regularização estaria em andamento.
Uma nova reunião foi agendada para a quarta-feira (11/12). Na oportunidade, trabalhadores e sindicatos pretendem intensificar as pressões por respostas e medidas concretas.
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