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Aumento de temperatura no Ceará chega a 1,8°C

Um estudo recente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), divulgado em 17 de setembro, revelou que o Ceará registrou um aumento de 1,8°C na temperatura média do ar ao longo dos últimos 63 anos. Entre 1961 e agosto de 2024, a média de temperatura no estado subiu de 26,4°C para 27,3ºC, com um incremento médio de 0,3°C a cada década.

A pesquisa “Análise de Tendência da Temperatura do Ar no Estado do Ceará” utilizou dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas e da própria Funceme para calcular essa média anual em todo o território.

Conforme o doutor em Meteorologia Francisco Vasconcelos Júnior, da Funceme, o aumento contínuo das temperaturas, especialmente as máximas, é uma tendência que precisa de atenção. O estudo aponta que eventos climáticos, como ondas de calor, estão se tornando mais frequentes e intensos no estado, com destaque para a região central e sul, que são as áreas mais afetadas pelo calor extremo.

Fenômenos como El Niño também desempenham um papel importante no aquecimento global. Nos anos de 1983, 1993, 1998, 2016 e 2021, o Ceará vivenciou temperaturas médias bastante elevadas, influenciadas por esse fenômeno. A exceção foi em 2021, que foi marcado pelo fenômeno La Niña.

Aumento de temperatura no Ceará chega a 1,8°C
Foto: Reprodução

O litoral do Ceará, por sua proximidade com o oceano, tem sofrido menos com as ondas de calor, devido ao efeito estabilizador da água. Já nas regiões mais internas, a situação é mais crítica, com temperaturas elevadas durante o dia e rápidas quedas à noite, que se assemelham às características de um clima semiárido.

O semiárido cearense, que cobre 92% do estado, é o mais vulnerável, com a perda de plantações, solos mais secos e redução da produtividade agrícola. O aumento das temperaturas também acelera a evaporação da água do solo, intensificando as condições de seca.

O estudo da Funceme alerta para o aumento da ocorrência de incêndios florestais, provocados pela combinação de altas temperaturas e secas prolongadas. Um exemplo desse impacto é o registro de um aumento nas queimadas no estado, embora com uma leve redução em 2024 em comparação ao ano anterior.

Além disso, o desmatamento também preocupa. Em 2023, o Ceará registrou um crescimento de 28% na área desmatada em relação a 2022. No entanto, houve uma redução de 36% nas emissões de CO2 entre 1990 e 2022, o que mostra que, embora o cenário climático seja alarmante, há medidas sendo tomadas para mitigar o impacto ambiental.

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