Um levantamento realizado pela consultoria LHH, envolvendo mais de 2.282 executivos de diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil, apontou os avanços tecnológicos, como a Inteligência Artificial (IA), como uma das maiores preocupações das lideranças empresariais. O estudo englobou países como Austrália, Canadá, França, Alemanha, Cingapura, Suíça, Reino Unido e EUA, e revelou que para 26% dos participantes o principal desafio interno das companhias está diretamente relacionado à transformação digital. No Brasil, esse percentual foi ainda maior, alcançando 34% dos entrevistados.
A crescente digitalização do mercado de trabalho é um dos fatores que estão moldando o futuro das organizações. Segundo Irene Azevedo, diretora-geral do Centro Internacional de Opções Executivas (ICEO) da LHH na América Latina, as inovações tecnológicas irão continuar a modificar a forma como o trabalho é realizado, criando um cenário de incerteza para muitos profissionais.
“As gerações futuras provavelmente enfrentarão um cenário em que não haverá um único emprego fixo; elas trabalharão por projetos. Quem mais sofrerá serão os membros da Geração X, Y, e a Z, que continuam no meio da transição e, na sua maioria, veem o trabalho de forma tradicional”, comentou.
Por outro lado, gerações mais jovens, como a Alfa, nascida após 2010, estarão mais preparadas para essa nova realidade. Irene comenta que os Baby Boomers, nascidos entre 1945 e 1964, que já se adaptaram a trabalhos em projetos, conseguiram se ajustar melhor às transformações do mercado. No entanto, o Brasil enfrenta obstáculos adicionais, como a baixa escolaridade de uma parcela significativa da população. A diretora salienta que o sistema educacional será um fator crítico para garantir que a força de trabalho brasileira consiga se adaptar às novas demandas tecnológicas.
A necessidade de requalificação contínua também surge como um ponto essencial. Para Irene, as empresas devem não apenas investir em capacitação, mas criar ambientes que estimulem o aprendizado constante e a transparência nas relações de trabalho. “Elas precisarão investir fortemente na reciclagem da sua força de trabalho, além de proporcionar um ambiente de constante aprendizado e muita transparência. E para os trabalhadores, é necessário evitar a estagnação”, pontuou.
Além dos desafios trazidos pela transformação digital, a pesquisa destacou outra preocupação crescente entre os executivos brasileiros: o aumento dos casos de burnout, ou esgotamento profissional. Cerca de 40% dos líderes no Brasil relataram sentir-se sobrecarregados. Para a profissional, manter o equilíbrio entre as responsabilidades profissionais e a vida pessoal é crucial para evitar o esgotamento.
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