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B. de Paiva parte para plano espiritual aos 90 anos de existência

Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

Referência do teatro brasileiro, o ator, diretor e dramaturgo cearense B. de Paiva faleceu aos 90 anos, nesta terça-feira (31.01) em Fortaleza (CE). O velório teve início às 12 horas, na Funerária Fortplano (av.João Pessoa, 4584) e o seu sepultamento às 16 horas de hoje, no Cemitério São João Batista, na capital cearense, onde ele residia.

O também professor e gestor cultural B. de Paiva que deixa ensinamentos e aprendizados reconhecidos por expoentes das artes cênicas, familiares, parentes, amigos e instituições de todo o País, serviu ainda para a construção de bases sólidas para o teatro e a cultura nacionais.

Além de ter participado de mais de 500 produções para o cinema, rádio, TV e teatro, o consagrado ator que não teve divulgada a sua causa mortis, foi quem criou a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Ainda, na Terra da Luz, assumiu de 1960 a 1967, a gestão do histórico Theatro José de Alencar, conhecido pela classe artística como TJA.

É importante lembrar que, ainda nesse período, B. de Paiva chegou a reforçar a atuação e produção dos grupos Teatro Universitário e Comédia Cearense. Como dramaturgo escreveu peças como “Complexo”, “Lágrimas de um Palhaço”, “Rosa Morta”, “Vigília da Noite Eterna”, entre outras. Também, publicou o livro intitulado “Cartinhas de Teatro” em parceria com o pernambucano Hermilo Borba Filho.

Foto: Divulgação

 

O Ator

José Maria Bezerra Paiva era o nome de nascimento de um dos grandes baluartes das artes cênicas do Ceará, que passou a ser chamado de B. de Paiva. A sua carreira artística começou em 1945. Logo em seguida, o ator uniu-se a Marcus Miranda (1929-2001) e Haroldo Serra (1934-2019) no intuito de fundar o Teatro Experimental de Arte, tido como um dos principais capítulos da dramaturgia cearense.

B. de Paiva vivia fazendo a ponte aérea entre Ceará e Brasília, cidade onde o artista passou a residir a partir do ano de 1978. Na capital federal, dirigiu a Fundação Brasileira de Teatro (FBT) e contribui na fundação do Ministério da Cultura e da Universidade de Brasília (UnB), além de ter comandado a Fundação Nacional de Artes (Funarte).

Após se aposentar pela Universidade de Brasília (UnB), B. de Paiva fundou a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, vinculada à Fundação Brasileira de Teatro, da qual foi também, presidente em 1995.

Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, B. de Paiva retornou ao Ceará em 1998, depois de aproximadamente 20 anos de sua ida à Brasília. Já em 1999, coordenou os assuntos culturais e artísticos da Pró-Reitoria de Extensão da UFC e comandou o Colégio de Direção do Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura, além de estar ligado a Fundação Amigos do Theatro José de Alencar.

Além de ter trabalhado com políticas culturais em Brasília e no Ceará, B. de Paiva também criou o primeiro curso superior de Artes Cênicas, na UniRio, além de ter sido reitor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Aqui está um pouco da história do ator que contribuiu também com o fomento ao teatro amador e a profissionalização da área. O dramaturgo defendia a cultura como eixo de formação da identidade nacional.

Depoimentos

“B. de Paiva era o nosso Rei, o nosso Guru! Tudo o que o B. de Paiva falava, era como se fosse um poema descrito nas mais simples atitudes da vida, do nosso convívio. Eu tenho um amor muito especial pelo B. de Paiva” disse a atriz, escritora e poetisa cearense Fernanda Quinderé, que ainda revelou: “dos anos 50 pra cá, rompendo o Século XXI, eu sempre tive o B. de Paiva como uma figura central das nossas imaginações, das nossas inspirações. Eu tenho poemas de B. de Paiva escritos pra mim… Eu tenho lembranças de B. de Paiva que foram de uma influência muito grande no meu retorno ao Rio de Janeiro”, lembrou a artista dizendo a gente vai eleger este homem como um grande das nossas vidas.

“José Maria Bezerra de Paiva é sem dúvida nenhuma o maior ícone do teatro cearense. Um homem que teve uma participação de extrema importância na política e na cultura do Brasil e, em especial, do Ceará”, afirmou John White, artista, professor, produtor e diretor teatral, que ainda acrescentou: “trabalhei com ele em 2001, 2002, 2003 e 2004 em três montagens: “Cobra Honorato” do Nertan Macedo e mais dois outros espetáculos, um destes a gente reinaugurou o Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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