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Baixa adesão vacinal no Ceará reacende alerta para pólio e sarampo

A cobertura vacinal abaixo das metas no Ceará tem colocado crianças em situação de vulnerabilidade diante de doenças que, até pouco tempo, estavam controladas no país. Poliomielite, coqueluche, sarampo e difteria estão entre as ameaças que voltam a preocupar devido a dificuldade em atingir os índices recomendados pelo Plano Nacional de Imunização (PNI).

Em 2023, ao menos 15 imunizantes infantis não alcançaram os 95% de cobertura previstos. Os dados fazem parte do Anuário VacinaBR 2025, produzido pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Unicef. O levantamento mostra um cenário que se arrasta há uma década, anterior até mesmo à pandemia, quando as taxas de vacinação começaram a declinar.

Apesar das dificuldades, há sinais de recuperação. Algumas vacinas administradas logo após o nascimento, como a BCG e a hepatite B, conseguiram superar o índice de 100% de cobertura do grupo-alvo já em 2022. Entretanto, a situação segue diferente para vacinas que exigem múltiplas doses nos primeiros meses de vida.

Baixa adesão vacinal no Ceará reacende alerta para pólio e sarampo
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

No caso da meningite meningocócica, apenas 88,4% dos bebês cearenses receberam a primeira dose aos três meses em 2023. Aos cinco meses, a adesão à segunda dose foi de 85,9%. A meta era de 95% e o último ano em que o esquema completo a atingiu foi em 2020.

A coordenadora de Imunização da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Ana Karine Borges, atribui parte do problema à persistência da desinformação. “Em 2023, a gente ainda tem o processo de muita desinformação, muita fake news ocorrendo, ainda em decorrência do período da pandemia. A gente observou realmente a dificuldade. Foi o primeiro ano em que o Ministério da Saúde e o governo estadual e municipal voltaram a fortalecer esse programa”, comentou.

Entre as doenças que continuam a preocupar por falta de adesão vacinal estão: tétano, rubéola, caxumba, febre amarela, varicela, HPV, hepatites A e B, meningite meningocócica, infecções por Haemophilus influenzae tipo b e pneumonias causadas por Streptococcus pneumoniae.

Para reverter o quadro, o Ceará vem apostando na articulação entre diferentes áreas. A adoção de planos municipais atualizados a cada quatro meses, ações dentro das escolas e empresas e a oferta de vacinação em locais como os Vapt Vupts são algumas das estratégias em curso. Além disso, campanhas para levar informação correta à população são consideradas prioritárias para combater a desinformação e reduzir o abandono do esquema vacinal.

Ana Karine reforça que, embora cada vacina tenha um período ideal para aplicação, a atualização da caderneta pode ocorrer em qualquer idade. Para receber os imunizantes, basta comparecer a uma Unidade Básica de Saúde com um documento de identificação.

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