Após determinação da Justiça Eleitoral, Choró terá novas eleições. O município cearense, situado na região do Sertão Central, vive essa instabilidade política desde a fuga de Bebeto Queiroz (PSB), eleito prefeito em 2024 e investigado pela Polícia Federal. Na decisão, o juiz Welithon Alves de Mesquita, da 6ª Zona Eleitoral, também preferiu a cassação do diploma de Bruno Jucá (PRD), vice-prefeito de Choró.
Apesar da decisão, é válido informar que ainda cabe recurso na decisão. Segundo o magistrado, a Justiça Eleitoral entendeu que houve abuso de poder político e econômico durante a campanha. De acordo com as denúncias, houve aumento de pagamentos salariais irregulares e contratações na Prefeitura feitas em período proibido.
Foi entendido pela Justiça que essas ações tinham o objetivo de favorecer os candidatos apoiados pelo ex-prefeito Marcondes Jucá. Acompanhado da decisão, outra determinação dada pela Justiça: Bebeto e Bruno Jucá estão inelegíveis pelo período de oito anos. Além disso, os dois políticos foram punidos com uma multa no valor de R$ 53.205.
Conforme a decisão, a multa vem após os gestores se utilizarem do uso indevido de bens e serviços públicos com finalidade eleitoral.
Polêmicas com o prefeito de Choró
Apesar de já terem se passado quatro meses, uma pergunta segue aguardando uma resposta por parte das autoridades: qual o paradeiro do prefeito de Choró? Bebeto continua foragido e não foi encontrado pela Polícia Federal (PF). Alvo da Operação Vis Occulta, Bebeto é acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo o desvio de recursos advindos de emendas parlamentares.
De acordo com as denúncias, o suposto desvio tinha como objetivo a compra de votos. De acordo com as investigações conduzidas pela PF, foram realizadas transferências de recursos para eleitores e candidatos, tanto por Bebeto quanto por seus aliados. A investigação apontou que o prefeito eleito teria cometido abuso de poder econômico, e que o esquema criminoso envolveu até um oficial da Polícia Rodoviária Estadual (PRE).
As investigações também miram um parlamentar: Júnior Mano, deputado federal do PSB, nega, mas é acusado de colaborar comesses esquema criminoso. O prefeito eleito de Choró seria o responsável por liderar uma rede de “caixa dois”. Nesse sistema, alguns contratos públicos eram direcionados a empresas ligadas à organização criminosa.
Em troca, os fundos públicos provenientes dos repasses do Congresso eram utilizados para financiar campanhas eleitorais de forma ilícita em diversos municípios cearenses.
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