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Beekeeper: Rede De Vingança cumpre o papel de divertir (Crítica)

Dirigido por David Ayer (Esquadrão Suicida), Beekeeper: Rede De Vingança é mais um filme de ação que escolhe não esconder seus defeitos em troca de entregar boas cenas de ação e momentos divertidos. 

Protagonizado por Jason Statham (Velozes e Furiosos 7), o longa mostra uma rede de hackers roubando dinheiro de uma idosa através de um golpe online. Após perder todo o seu montante guardado, a mesma comete suicídio. Com isso, acompanhamos o misterioso protagonista, Adam Clay, em busca de vingança contra os criminosos. 

O filme começa mostrando um pouco da vida do personagem de Statham, um apicultor que vive em uma fazenda de uma idosa, que em troca concede mel a mesma, que ainda diz que as abelhas dele foram muito importantes para aquele local. Contudo, esse é o máximo da relação dos dois personagens que vemos, e isso acaba sendo pouquíssimo para nos envolvermos com o objetivo do protagonista.

Após isso, vemos o golpe que os hackers aplicam na idosa. Sendo um dos melhores momentos do projeto, Ayer consegue passar muito bem a sensação que as pessoas têm após serem roubadas e enganadas.  Além disso, o cineasta expõe de maneira competente como esses criminosos têm cada movimento calculado, mesmo que a vítima por um momento pareça estar se livrando do golpe, eles conseguem contornar toda a situação.

Ao ser enganada, a idosa comete suicídio e acompanhamos sua neta, a agente Verona Parker, interpretada por Emmy Raver-Lampman (The Umbrella Academy), atuando como policial em busca de prender os responsáveis pelo roubo. No entanto, Adam consegue localizar primeiro os mandatários do crime e destrói todo o seu QG, mas descobre que existe uma rede entre esses criminosos e agora está determinado a destruí-la.

O principal alvo é o chefe dessa rede de golpistas, vivido por Josh Hutcherson (Jogos Vorazes), que está em outra cidade. Então, acompanhamos Adam Clay indo atrás do mesmo, enquanto a personagem de Raver-Lampman tenta fazer o mesmo, mas agindo como uma policial e tentando matar ninguém. No meio disso, a agente começa a descobrir mais sobre o passado do personagem de Statham, e que ele é muito mais que um apicultor.

Adam Clay é um Beekeeper, uma espécie de espião assassino do serviço secreto britânico e é visto como imbatível. O roteiro de Kurt Wimmer (O Vingador do Futuro) não cria muito bem a mitologia disso tudo, apesar dele dar algumas dicas de que é algo mais complexo do que parece. Além do mais, o roteirista também não faz muitos caprichos na resolução de mistérios e obstáculos do filme, onde prefere que tudo isso seja resolvido de maneira rápida, ou pobre, em compensação de outros detalhes do projeto. 

Enquanto percebemos a falta de capricho na construção da narrativa, somos recompensados com cenas de ação em alto nível. Ayer juntamente com toda equipe de dublês e coreógrafos conseguiu criar embates, onde é possível sentir o impacto de cada golpe e cada tiro. Apesar da edição de Geoffrey O’Brien (Bright) usar por alguns momentos cortes muito rápidos, deixando certas cenas meio confusas, o projeto ainda nos entrega maneiras criativas que o protagonista finalizar seus adversários, sendo uma sempre bem diferente da anterior.

A inspiração na franquia de John Wick é clara. Pouco nas coreografias de ação, e sim, principalmente, na tentativa do background e todo o contexto que o cerca. Contudo, mais claro ainda é tentativa dos produtores empurrarem a criação de uma nova franquia, ao invés de uma história bem resolvida de maneira isolada.

Chegamos ao terceiro ato, com o roteiro mostrando como essa rede de golpes é maior do que imaginamos, chegando a grandes nomes políticos. Mesmo que seja apenas uma ficção, qualquer um que assiste pensa: “isso poderia tranquilamente ser verdade”. Particularmente, acho que isso tudo faz com que o filme ganhe uma boa camada. Porém, a maneira com que tudo isso é descoberto, é mais uma vez de maneira simples, rápida e preguiçosa, deixando essa tal camada superficial.

O filme é finalizado com uma sequência de ação grandiosa, divertida e prazerosa de se ver. Mas decepciona em não conseguir expor ou explicar em momento nenhum a verdadeira razão para o protagonista estar fazendo tudo isso, deixando-o como um personagem mais raso e superficial do que o necessário.

Por fim, Beekeeper: Rede De Vingança é um projeto que opta por ter uma narrativa fraca e personagens pouco construídos em troca de cenas de ação acima da média. Mais uma vez Jason Statham crava seu lugar no panteão de astros de filmes de ação contemporâneos, mas não como Keanu Reeves, que revolucionou o gênero, ou Tom Cruise, que move multidões para ir ao cinema. Ele ocupa, na verdade, o posto daquele que fará alguns filmes duvidosos, como esse, mas irão cumprir o objetivo de divertir.  

 Nota: 6/10

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