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Borderlands tenta, mas não consegue entregar o que poderia (Crítica)

Dirigido por Eli Roth (Feriado Sangrento), “Borderlands: O Destino do Universo Está Em Jogo” é mais uma boa adaptação visual de videogames. Mas encerra aí o seu bom trabalho, e não sabe utilizar o seu potencial.

Baseado em uma das franquias de videogame mais vendidas de todos os tempos da Gearbox Software, o filme “Borderlands: O Destino do Universo Está Em Jogo” acompanha Lilith, uma criminosa que retorna ao seu planeta natal, Pandora, em busca da filha desaparecida de Atlas, um influente proprietário de uma das mais poderosas empresas de armas da galáxia. Para alcançar seu objetivo, Lilith forma uma equipe improvável composta pelo mercenário Roland, a imprevisível adolescente Tiny Tina, e seu protetor monstruoso Krieg. Juntam-se a eles a excêntrica cientista Dr. Tannis e o robô falante Claptrap. Esta aliança de desajustados enfrenta uma série de desafios, desde ameaças alienígenas até perigosos bandidos, enquanto tentam desvendar um dos maiores segredos de Pandora. Com o destino do universo em jogo, a união desses personagens únicos será crucial para enfrentar as adversidades e revelar verdades ocultas que podem mudar o curso da galáxia.

É possível que a próxima grande tendência da indústria cinematográfica seja filmes baseados em video games. Mas até chegar a ser um verdadeiro sucesso com todos os públicos, o segmento terá que passar por projetos pouco inspirados e que não mostram o real potencial para esse subgênero. E essa adaptação de Borderlands faz parte desse processo.

Eli Roth entrega uma direção tão pouco inspirada quanto rejogar um jogo pela terceira vez. O cineasta até consegue criar cenas de ação bacanas, mas nada que salte os olhos ou que seja verdadeiramente interessante. Além disso, chega a ser irritante como quase toda cena tem um momento cômico do robô Claptrap. E mesmo que o personagem tenha esse comportamento no game, agora ele está em outra mídia, então, acredito que ele poderia ter sido retratado de uma maneira menos escrachada.

Por sorte, ou competência dos produtores, o projeto possui um elenco notável. Estamos falando de um elenco com as “oscarizadas” Cate Blanchett (O Senhor dos Anéis) e Jamie Lee Curtis (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo), fora os talentosos Kevin Hart (Jumanji: Bem-Vindo À Selva) e Ariana Greenblatt (Barbie), juntamente com toque final da voz de Jack Black (Escola do Rock).

Todos vestem bem os seus personagens, entregando interpretações decentes para cada um, mas sendo o verdadeiro ponto alto o diálogo envolvendo todos da equipe, sendo possível notar que eles não se encaixam entre si. No entanto, o elenco acaba sendo refém de roteiro mal elaborado.

Escrito pelo próprio Roth em colaboração com o estreante Joe Crombie, o roteiro de Borderlands: O Destino do Universo Está Em Jogo abusa de conveniências e coincidências, mostrando como a dupla, provavelmente, não sabia como conduzir a história e precisou utilizar destes artifícios de maneira exagerada.

Além disso, o roteiro mal consegue aprofundar nas relações e nos sentimentos de seus personagens. Ele apenas arranha essa intenção na conexão que há entre Lilith e o seu passado, juntamente com a personagem Tina. No entanto, a maioria fica largada, deixando-os superficiais e sem importância para o espectador, ao ponto de que um sacrifício não é minimamente sentido.

A dupla de roteiristas até acerta na criação deste universo, assim como Star Wars, sendo uma mistura de ficção-científica e fantasia. Fora que o design de produção comandado por Andrew Menzies (Avatar) deixa isso ainda melhor, visto que conseguiu transpor o visual dos jogos para a tela de cinema.

No entanto, isso não disfarça o possível furo de roteiro que a narrativa possui em seu terceiro ato. Deixando ainda mais a mostra como encaminhar desta história é sem inspiração e criatividade.

Por fim, “Borderlands: O Destino do Universo Está Em Jogo” reforça que a indústria já sabe como adaptar o visual de videogames. Contudo, também salienta como ela ainda não está verdadeiramente comprometida a entregar projetos como esses a cineastas que consigam usar seu potencial. No final, ele tenta ser um Fallout ou Sonic, mas acaba sendo um Uncharted: Fora do Mapa.

Nota: 5/10

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