Dados apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) na última sexta-feira (11/07) mostram que, em 2024, 59,2% das crianças matriculadas na rede pública do país foram alfabetizadas na faixa etária considerada adequada. Em relação ao resultado anterior, o índice teve um acréscimo de 3,2 pontos percentuais, já que em 2023 esse percentual era de 56%.
Segundo o MEC, o acompanhamento periódico do indicador viabiliza uma gestão mais precisa das metas pactuadas entre a União, estados e municípios para ampliar o nível de alfabetização infantil. O levantamento integra o Indicador Criança Alfabetizada, ferramenta criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) como parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA).

Apesar do avanço, o país ficou abaixo da meta prevista de 60% para 2024. O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou que o desempenho teria sido maior se não fossem as enchentes do Rio Grande do Sul. “Se o Rio Grande do Sul tivesse mantido o mesmo percentual de 2023, nós teríamos chegado à meta de 60,2% em 2024. Infelizmente, o Rio Grande do Sul caiu absurdamente e não tenho dúvida de que isso foi fruto dessa situação atípica de calamidade no estado, que o afetou fortemente”, comentou.
Para os próximos anos, a previsão é de crescimento gradual. O MEC estima alcançar 64% em 2025 e chegar a, no mínimo, 80% em 2030. “Não queremos nenhum estado abaixo de 80% de crianças alfabetizadas. A gente quer 100%, esse é o objetivo, mas pelo menos 80%”, projetou.

Ao todo, 18 estados mostraram evolução em comparação ao ano anterior, sendo que 11 alcançaram o patamar definido para 2024. Entre 5.312 municípios avaliados nos dois anos, 58% (3.096) apresentaram aumento no percentual de alfabetização e 53% (2.018) atingiram a meta pactuada.
O Ceará, com 85,3%, lidera o ranking nacional, seguido por Goiás (72,7%), Minas Gerais (72,1%), Espírito Santo (71,7%) e Paraná (70,4%). Mato Grosso, que obteve 60,6%, também superou o objetivo definido. Já Roraima, único estado sem sistema estadual de avaliação implantado, não consta na atual edição, mas deverá integrar a próxima medição. Acre e Distrito Federal iniciaram a participação em 2024.
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