O Ministério da Saúde firmou, nesta terça-feira (14/10), um Memorando de Entendimento (MoU) com a biofarmacêutica chinesa Gan & Lee Pharmaceuticals e a Fiocruz. O objetivo é desenvolver pesquisas e produtos voltados ao tratamento de cânceres, diabetes, obesidade e doenças autoimunes no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O acordo também prevê o fortalecimento de estudos clínicos realizados no Brasil.
Entre as frentes de pesquisa previstas, está o desenvolvimento de medicamentos análogos ao hormônio GLP-1, substância produzida no intestino que regula o apetite, a glicose e a sensação de saciedade. Esses remédios são utilizados no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade.

Insulina
O novo memorando amplia o acordo firmado em setembro deste ano, que viabiliza a produção nacional da insulina glargina, utilizada no tratamento do diabetes tipo 1 e tipo 2. A parceria reúne Bio-Manguinhos (Fiocruz), Biomm e Gan & Lee, prevendo a fabricação inicial de 20 milhões de frascos destinados ao SUS.
A iniciativa integra a estratégia de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), com foco na transferência de tecnologia e na redução da dependência externa de insulinas. A produção começará de forma escalonada: inicialmente, o envase e a rotulagem ocorrerão no Brasil sob coordenação da Biomm, com uso do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) importado da China. Em uma fase posterior, o IFA passará a ser produzido no Centro Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE) da Fiocruz, no município de Eusébio.
Objetivos e Impactos
- Reduzir gradualmente as importações de insumos, fortalecendo a produção nacional e a segurança de abastecimento;
- Impulsionar a cadeia produtiva de biotecnologia, com efeitos em logística, fornecedores e insumos químicos;
- Gerar economia ao SUS, com menor dependência cambial e custos logísticos reduzidos;
- Consolidar a autossuficiência tecnológica do Brasil na área da saúde.
A vice-presidente da Fiocruz, Priscila Ferraz, ressaltou que o acordo representa um avanço nas pesquisas em saúde pública. “Este MoU amplia possibilidades de tratamento de doenças importantes para a saúde pública como cânceres e doenças autoimunes, ao mesmo tempo que reforça a nossa parceria com a empresa”, afirmou.
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