Pela primeira vez desde 2022, o Brasil apresentou avanço no Ranking de Competitividade Digital do IMD World Competitiveness Center (WCC). O País subiu quatro posições, saindo do 57º para o 53º lugar, o que representa o fim de um período de estagnação que ocorreu entre 2023 e 2024.
Entre os fatores avaliados, três registraram melhora: tecnologia, em que o Brasil passou à 58ª colocação; conhecimento, com salto para o 56º lugar; e prontidão para o futuro, que agora ocupa a 50ª posição, três acima do resultado anterior. Com esses avanços, o estudo aponta uma recuperação gradual da competitividade digital brasileira, sustentada por iniciativas voltadas à inovação, à digitalização e à adaptação diante das transformações tecnológicas globais.

Nesta edição, o ranking analisa 61 indicadores e abrange 69 países, com três novos incluídos: Quênia, Omã e Namíbia. A Suíça assumiu a liderança mundial, ultrapassando os Estados Unidos, principalmente por seu desempenho no eixo de conhecimento. Na sequência aparecem Singapura, Hong Kong e Dinamarca. No contexto da América Latina, o Brasil figura em posição superior à de Argentina (60ª), Peru (64ª) e Venezuela (69ª), que ocupa a última posição.
No campo da produção científica, o Brasil obteve seu melhor resultado no indicador de produtividade de publicações por pesquisas, ocupando a 9ª colocação. Esse desempenho reflete o crescimento de programas de incentivo à ciência e a aproximação entre universidades, centros de pesquisa e empresas privadas.
O Brasil também se destacou em indicadores relacionados à inteligência artificial e à educação tecnológica. O levantamento mostra o País na 16ª posição mundial em investimentos privados em IA e em 17º no uso de robôs em pesquisa e ensino. Já em serviços públicos digitais e uso de smartphones, o Brasil aparece em 19º lugar em ambas as categorias.

Apesar dos resultados positivos, persistem obstáculos que dificultam uma posição mais competitiva no cenário global. Para Hugo Tadeu, pesquisador da Fundação Dom Cabral (FDC), que é parceira do Anuário do IMD, a baixa integração entre universidades e empresas ainda limita a consolidação de inovações tecnológicas no país. Outro desafio está na formação de profissionais especializados.
“Tem gente que acha que inteligência artificial é milagre. Que é só usar o ChatGPT. Mas inteligência artificial demanda infraestrutura, cibersegurança, análise de dados e, necessariamente, mão de obra qualificada”, comentou o diretor do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais da FDC.
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