A terceira edição da pesquisa Violência Política e Eleitoral no Brasil, conduzida pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos, foi lançada nesta segunda-feira (16/12). Entre 1º de novembro de 2022 e 27 de outubro de 2024, foram contabilizados 714 episódios de violência política contra candidatos ou políticos em exercício, marcando o maior número já registrado na série histórica.
O levantamento consolida 2024 como o ano com o maior índice de violência desde o início do estudo, em 2016. Para se ter uma ideia, nas eleições de 2018, um caso de violência política ocorria, em média, a cada 8 dias. Já em 2022, esse intervalo caiu para 3 casos a cada 2 dias. Em 2024, praticamente 2 pessoas se tornam vítimas diariamente.
Até o momento, este ano registrou 558 episódios de violência, que incluem 27 assassinatos, 129 atentados, 224 ameaças, 71 agressões físicas, 81 insultos, 16 episódios de criminalização e 10 invasões. O tipo de violência mais comum são as ameaças, representando cerca de 40% dos casos.
Glaucia Marinho, diretora executiva da Justiça Global, alerta sobre a gravidade dos números revelados e a necessidade de ações efetivas para combater o problema. Segundo ela, a naturalização dessa violência, agravada pela falta de medidas concretas, é um reflexo da fragilidade democrática.
“O que também nos chama a atenção é o alto número de casos de ameaça, bem como os atentados. A violência política mais uma vez se mostra como uma chaga da nossa democracia e é importantíssimo que sejam implementadas ações em níveis municipais, estaduais e federais para que seja possível enfrentar efetivamente esse problema que atinge partidos de esquerda, de centro e de direita em todas as regiões do país”, disse.
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