Entre 2014 e 2024, o Brasil reduziu em 50% a mortalidade por hepatite B, passando de 0,2 para 0,1 óbito por 100 mil habitantes. A hepatite C teve queda ainda maior, de 60%, segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (08/07).
As hepatites B e C são mais comuns em áreas urbanas das regiões Sul e Sudeste. Já a hepatite D concentra-se na Região Norte, principalmente em áreas isoladas, com 72% dos casos. A hepatite A, por sua vez, diminuiu nas regiões Norte e Nordeste, onde antes era mais frequente.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra hepatite A, aplicada em dose única para crianças entre 15 meses e 4 anos, reduziu os casos entre menores de 10 anos em 99,9%. Em 2014, foram 2.853 registros e em 2024, apenas 43. No entanto, houve aumento da doença entre pessoas com idades entre 20 e 40 anos nas regiões Sul e Sudeste, afetando três homens a cada uma mulher.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a prevenção depende do esforço conjunto de profissionais, gestores e população, com vacinas, testes e orientações. “Sabemos como acontece o processo de transmissão. Cabe a cada um de nós, os profissionais de saúde, orientar e alertar as pessoas sobre isso. Cabe aos gestores dispor aquilo que o ministério distribui. E cabe à população procurar aproveitar as oportunidades ao máximo”, disse.
Hepatite A
O aumento entre jovens reflete mudança na circulação do vírus, explica Mario Gonzalez, coordenador-geral de Vigilância das Hepatites Virais. A vacinação foi ampliada para esse grupo e seus contatos próximos, que devem se imunizar até 15 dias após possível exposição.
“Nós tínhamos uma altíssima prevalência de anticorpos contra hepatite A na população geral porque as pessoas se contaminavam na infância. Aconteceu que o vírus está circulando menos, então os adultos jovens são mais suscetíveis e são suscetíveis ao contato, à transmissão com contato íntimo ou contato sexual”, comentou.
Hepatite B
Mais de metade dos casos são transmitidos sexualmente. A detecção em gestantes caiu 55% e os casos em crianças menores de cinco anos diminuiu 38%. Em se tratando da cobertura da primeira dose da vacina, houve um aumento de 72,7% para 94,19% entre 2022 e 2024. A imunização completa passou de 77% para 90% no mesmo período.

Hepatite C
A oferta de antivirais pelo SUS desde 2014 contribuiu para a redução de 60% na mortalidade. Em 2024, 76% dos casos estão em pessoas acima de 40 anos, possivelmente contaminadas décadas atrás. Também há aumento de casos por via sexual.
Hepatite D
Poucos casos são registrados, concentrados na Região Norte. A redução está ligada à vacinação contra hepatite B e ao acompanhamento dos pacientes para evitar avanço da infecção. No período de 25 anos, foram registrados aproximadamente quatro mil casos.
Julho Amarelo
A campanha nacional incentiva o teste gratuito nas UBS para diagnóstico precoce. Hepatite B pode ser controlada e hepatite C, curada. Vale destacar, no entanto, que todas são preveníveis.
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