Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (13/08) pelo Atlas/Bloomberg mostrou que 83,3% dos brasileiros rejeitam a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes ocorrida em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Apenas 8,4% declararam apoio à ação, enquanto 8,3% preferiram não opinar. Sobre as punições aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), 51,1% das pessoas classificaram as penas como excessivas, 35,3% avaliaram as medidas como proporcionais e 11,6% acreditam que punições estão sendo brandas.
O dado ainda mostra que 52,1% dos entrevistados discordam de sentenças superiores a 15 anos de prisão. Ao todo, 45,5% apoiam esse tempo de reclusão. O estudo também tratou do tema da anistia. Uma proposta de perdão amplo, geral e irrestrito aos envolvidos foi rejeitada por 51,2% dos entrevistados, enquanto 46,9% se mostraram favoráveis.
Para alguns, um ataque à democracia. Para outros, um protesto que acabou ultrapassando limites legais. Nesse sentido, especialistas apontam que esses números refletem a polarização política e a forma como diferentes setores da população interpretam o episódio do 8 de janeiro.
O levantamento também revelou diferenças regionais na percepção do episódio. O Norte teve o maior índice de reprovação, com 91,4%. Em seguida, 84,6% dos entrevistados da Região Nordeste se posicionaram contra o episódio.
De acordo com a Atlas, o levantamento foi feito com base em entrevistas on-line, com amostragem representativa da população brasileira, o que permite avaliar de forma mais precisa a percepção pública sobre um dos eventos políticos mais marcantes dos últimos anos.
Foram consultadas 2.447 pessoas. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com a margem de erro fixada em dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Anistia e cenário dos envolvidos no 8 de janeiro
Alguns dados sobre essa temática traduzem o atual cenário para os envolvidos no ataque à sede dos Três Poderes. Até o dia 8 de janeiro de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) registrou 898 réus formalmente responsabilizados. Desses, 371 estão presos e 527 estão respondendo com penas alternativas. Entre os condenados, 71 cumprem pena em regime fechado, enquanto 61 estão foragidos, com mandados de prisão em aberto. Outros 61 têm condenações, mas ainda sem trânsito em julgado.
Desde o início das ações, foram registradas cerca de 1.659 denúncias, No Congresso Nacional, a anistia é tema de debate, mas enfrenta resistência. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), afirmou que a pauta “não vai pacificar o país” e que o tema não é prioridade legislativa.
Porém, existem projetos em andamento que propõem a anistia ou redução de penas. Essas iniciativas foram apresentadas por Hamilton Mourão, Marcio Bittar e outros parlamentares do PL. Em suas justificativas, os políticos da Direita defendem suavização das consequências legais dos envolvidos.
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