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Caixa alerta sobre risco de falta de recursos para financiamento imobiliário

Conforme o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, existe a possibilidade de faltar recursos para financiamentos da casa própria. Esse problema pode impactar todo o país, inclusive no Ceará, onde o setor da construção civil emprega 78,1 mil pessoas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Isso sem levar em conta a influência diretamente no Produto Interno Bruto (PIB). Em coletiva de imprensa na última semana, Vieira declarou que “os recursos estão no limite da capacidade de financiamento da habitação”, gerando apreensão no setor.

Para o empresário do segmento e vice-presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), André Montenegro, esse “problema tem sido protelado há algum tempo”. Montenegro ressaltou a necessidade de buscar outras fontes de financiamento, além do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da poupança, que são atualmente limitados para atender ao déficit habitacional brasileiro. “É uma preocupação nacional, já que a construção civil tem duas importantes fontes de recursos: o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a poupança, ambos limitados para atender ao déficit habitacional brasileiro”, afirmou.

Caixa alerta sobre risco de falta de recursos para financiamento imobiliário
Foto: Reprodução

Montenegro acrescentou que o Programa Acredita, do Governo Federal, pode resolver apenas parte do problema. A proposta do Governo é criar um mercado secundário de trocas de créditos, ampliando a atuação da Empresa Gestora de Ativos (Emgea) para utilizar recursos próprios na incorporação de créditos imobiliários.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, destacou que a queda do rendimento da poupança gerou certo desequilíbrio, mas é possível que o quadro seja revertido. “A preocupação é pertinente, mas torcemos para a macroeconomia melhorar para a população continuar aplicando”, ponderou, lembrando que “o setor da construção civil gera muito emprego”, disse.

Em nota, a Caixa afirmou estar trabalhando em alternativas e dialogando com o setor para enfrentar o desafio. O banco observou captações líquidas negativas de poupança desde 2021, quando a taxa Selic começou a subir até alcançar 13,75% ao ano. Durante esse período, a Caixa aumentou a captação com foco em letras, especialmente Letras de Crédito Imobiliário (LCI), utilizadas como funding para a habitação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

“A partir do movimento de redução da taxa básica de juros, pode haver oportunidades de securitização da carteira de crédito imobiliário para distribuição no mercado de capitais, o que vem sendo estudado pelo banco. A Caixa vem debatendo com todos os atores envolvidos no tema alternativas para ampliação do funding para o crédito imobiliário”, declarou a instituição.

A Caixa também continua contratando linhas de crédito com recursos do FGTS, tendo ampliado a oferta de recursos para os agentes financeiros em 2023 e 2024, o que contribui para a disponibilidade de crédito imobiliário. Inclusive, em 2024, espera-se um crescimento entre 8% e 12% na carteira habitacional.

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