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Capivaras viram preocupação de saúde pública em Fortaleza

As capivaras têm marcado presença em espaços públicos de Fortaleza, embora possam parecer inofensivas, elas trazem sérios problemas de saúde para a população. O aparecimento delas se tornaram mais frequentes na última década e vem gerando uma certa preocupação nos órgãos ambientais.

Os roedores são animais silvestres dóceis e se adequaram ao convívio humano, como explica o biólogo Hugo Fernandes, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e coordenador do Laboratório de Conservação de Vertebrados Terrestres (Converte). Mas, ele aconselha evitar o contato direto. “Embora seja um animal maravilhoso, super calmo, que tende a não ser agressivo, ele pode reagir mordendo e, como todo animal silvestre, trazer algumas doenças como raiva e leptospirose”, comentou o biólogo.

O contato indireto também gera um risco potencial, já que a capivara pode abrigar o carrapato-estrela, um vetor da febre maculosa.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vem preparando um relatório que deve embasar um plano de manejo para os animais, a fim de retirá-los do convívio humano. Porém, segundo o superintendente do órgão no Ceará, Deodato Ramalho, ainda “não tem nenhuma novidade”. Seguindo os ritos, o relatório será submetido em breve à Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e ao Ibama nacional.

Por sua vez, a Semace alegou que não há necessidade de retirar o animal de onde ele está. “O procedimento ao encontrar esses animais é ignorar a presença e não ter nenhum tipo de interação. O resgate só cabe em caso de risco para o animal ou para as pessoas, que não ocorre no caso das capivaras”, define.

Registros em Fortaleza

Em abril de 2023, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (BPMA) realizou o resgate de uma capivara de 40 kg encontrada em um posto de saúde na Praia do Futuro, em Fortaleza. Esse evento foi seguido, em junho do mesmo ano, pela captura de outra capivara na orla da Praia de Iracema, após denúncias sobre a presença do animal na faixa de areia.

Os registros de capivaras na cidade não se limitam apenas a essas ocorrências. Há relatos de avistamentos no Parque do Cocó, a maior área verde de Fortaleza. Em janeiro de 2020, uma capivara foi encontrada por trabalhadores de uma obra no acostamento da Avenida Alberto Craveiro, no bairro Dias Macedo. Na mesma semana, outra capivara foi resgatada próxima ao mar da Praia do Futuro.

Historicamente, as capivaras foram consideradas extintas da fauna cearense por volta dos anos 1970. No entanto, esforços de reintrodução ao Estado parecem ter surtido efeito. Pesquisadores sugerem que a população de capivaras no Ceará pode ter aumentado devido a um criadouro localizado na região de Aquiraz.

Além disso, a expansão natural de capivaras oriundas de Estados vizinhos pode ser uma outra explicação para o retorno desses animais ao Ceará. O fenômeno destaca a necessidade de monitoramento e gestão adequados para garantir a convivência harmoniosa entre a fauna reintroduzida e as áreas urbanas.

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