Na noite deste domingo (16/10) a partida entre Ceará e Cuiabá, na Arena Castelão, foi marcada por confusão e violência antes mesmo do apito final. Faltando 10 minutos para o fim do confronto, torcedores alvinegros iniciaram agressões entre si na arquibancada e não demorou muito para que o cenário de pânico se instaurasse também dentro das quatro linhas do gramado.
Aos 37 minutos do segundo tempo, Deyverson abre o placar para o Dourado, o que garantia a saída do time da zona de rebaixamento. Com isso, o Ceará ocuparia a vaga do adversário sendo a primeira equipe no temido Z-4. Nesse momento, alguns torcedores já começavam a sair da Arena Castelão, enquanto outros iniciaram a depredação da estrutura do estádio e a agressão mútua.
Em pronunciamento oficial, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamentou o ocorrido – que também se repetiu no jogo entre Sport e Vasco, na Ilha do Retiro – e pediu que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tome as devidas providências para punir tais ações, inclusive “sanções severas na esfera criminal”. “Esperamos que o STJD tome posições duras. O futebol brasileiro não tem mais espaço para a violência e o retrocesso”, pontuou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Além de repudiar o ocorrido, o STJD afirmou que a análise das infrações será feita a partir da consulta à súmula da partida, bem como com o auxílio de vídeos e documentos referentes ao confronto. “A Procuradoria agirá com rigor em todos os casos de violência nos estádios de futebol. Pais e todas as pessoas de bem precisam se sentir seguros em qualquer jogo de futebol no Brasil e vamos lutar para que seja essa a realidade”, disse o Procurador-geral Ronaldo Piacente.
O técnico do Cuiabá, António Oliveira, também prestou solidariedade aos que estavam presentes na ocasião e deixou uma mensagem de apoio ao treinador alvinegro Lucho González. Durante entrevista coletiva após o fim da partida, o português lamentou o que aconteceu na Arena Castelão e afirmou que “não é através da pancada que vamos resolver o problema”.
Descaso e omissão do Ceará Sporting Club
Diferente do que se esperava, o clube se pronunciou sobre o caso muitas horas após o acontecido. Através de uma nota mínima publicada em suas redes sociais, o Ceará lamentou e repudiou a atitude dos torcedores.
O texto informa que prestou apoio ambulatorial para os feridos e que, junto aos órgãos de Segurança Pública, busca identificar e punir os responsáveis pela confusão. A nota traz também um pedido de desculpas e enfatiza seu empenho em “manter nossas praças esportivas como ambientes seguros às famílias”.
A crítica sobre a postura do clube não se limita apenas ao pronunciamento raso da equipe alvinegra, mas se estende também à omissão do presidente do Ceará, Robinson de Castro. Até o momento, o gestor não emitiu sequer uma nota sobre o ocorrido e mantém o silêncio diante das atitudes reprováveis e lamentáveis.
