O Ceará registrou o segundo pior desempenho do Brasil no índice de atividades turísticas na transição de fevereiro para março de 2024, com uma queda de 3,7%. Apenas o Distrito Federal teve um resultado inferior, com uma redução de 6,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira (14/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com março de 2023, o Ceará também enfrentou uma retração significativa de 8,5%, enquanto o Brasil registrou um crescimento de 0,5%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Ceará apresentou uma queda de 7,7%, a mais acentuada do país.
Considerando o primeiro trimestre de 2024, o setor de turismo no Ceará caiu 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Aliado à queda, o indicador de receita nominal de atividades turísticas em março também apresentou uma leve diminuição de 0,5% em relação a fevereiro. No acumulado do ano, no entanto, houve um aumento de 7,1%.
Régis Medeiros, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Ceará (ABIH-CE), explicou que a ocupação no setor de hotelaria está mais baixa do que no ano passado devido a uma normalização após o pico de demanda pós-pandemia. “Naquele momento pós-pandemia, houve uma demanda retraída muito grande, com as pessoas usando seus créditos ou querendo viajar pelo tempo que não viajaram”, disse.
Régis também mencionou que as chuvas e a situação econômica do país têm impactado negativamente o setor. Ele destacou que o maior desafio é o setor aéreo, que atualmente enfrenta altos custos, poucas ofertas e muitas conexões, resultando em preços elevados.
Apesar das dificuldades, algumas regiões do Ceará estão se destacando. Segundo Régis, a Região Oeste está crescendo exponencialmente, impulsionada pela instalação de grandes redes, como o Carmel, em Icaraí de Amontada, e pelas atividades de kitesurf. Em abril, a ocupação hoteleira melhorou em comparação ao ano passado, subindo de 59,03% para 63,22%, devido aos eventos realizados em Fortaleza.
Desempenho Nacional
No cenário nacional, o índice de atividades turísticas cresceu 0,2% em março, após dois meses consecutivos de queda, que acumularam uma perda de 1,9%. Em março, o setor estava 2,3% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 5,3% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014).
Cinco dos 12 locais pesquisados registraram expansão em março, com destaque para a Bahia (9,8%), Santa Catarina (4,5%) e Paraná (2,6%). Em contrapartida, São Paulo (-1,6%), Distrito Federal (-6,2%) e Rio de Janeiro (-0,8%) tiveram os principais recuos. No primeiro trimestre de 2024, o agregado especial de atividades turísticas apresentou um crescimento de 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
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