O Ceará registrou alta de 3,4% no Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) no acumulado até fevereiro de 2025, conforme dados divulgados pelo Observatório da Indústria Ceará, nesta segunda-feira (02/06). O resultado ficou acima da média do Nordeste (2,4%) e próximo do desempenho nacional (3,8%). Ainda assim, o ritmo indica uma desaceleração quando comparado aos últimos anos.
Apesar da expansão, o primeiro Boletim Trimestral da Economia projeta que o PIB cearense deve crescer 2,5% neste ano, um número inferior ao registrado em 2024. Especialistas atribuem essa freada a uma combinação de fatores: base de comparação elevada, juros ainda elevados e cenário internacional incerto.
Mesmo diante desse contexto mais cauteloso, alguns setores seguem mostrando vigor. O mercado de crédito no estado cresceu 9% em relação ao mesmo período do ano anterior e a massa de rendimentos subiu 6,4% no primeiro trimestre de 2025, segundo o IBGE. Isso significa que o poder de compra da população permanece em ascensão.
Em paralelo, o Observatório da Indústria colheu percepções de empresários locais. A pesquisa revela um otimismo moderado quanto à demanda e aos investimentos, mas também aponta alguns obstáculos. Entre os entrevistados, 32,3% dos industriais destacaram a carga tributária como principal obstáculo, enquanto 30,7% citaram a taxa de juros, que subiu 6,9 pontos percentuais no último trimestre.
Um fator que contribuiu muito para o crescimento econômico do Ceará foi a recuperação do setor industrial, com destaque para a construção civil, alimentos e energia. A agropecuária também teve papel importante, com safras favoráveis e exportações em alta. Já o setor de serviços cresceu, impulsionado pelo turismo e pela formalização de microempreendedores.
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