Um grupo de apicultores da Serra dos Batistas, distrito do município de Parambu, interior do Ceará, está engajado para garantir a certificação do mel de aroeira dos Inhamuns. O cultivo do mel naquela região, além de motivar o trabalho em comunidade, tem valorizado o produto e estimulado a preservação ambiental nec essária para a produção. Esse tipo de mel é produzido a partir de árvores nativas como a aroeira, ipê, juazeiro, sabiá e angico que fornecem a florada, matéria-prima para a produção.
A produção de mel de abelha de Aroeira começou no Ceará há 12 anos, com um pequeno grupo de 30 produtores que foram produzindo, vendendo e aprendendo a importância da atividade, principalmente na complementação da renda familiar nos períodos de pouca chuva que sempre castigam a Região. Com os resultados positivos, o cultivo do mel de Aroeira dos Inhamuns foi se espalhando.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com um grupo de apicultores da Serra dos Batistas, distrito do município de Parambu, no interior do Ceará. O cultivo do mel de aroeira dos Inhamuns além de motivar o trabalho em comunidade, tem valorizado o produto e estimulado a preservação ambiental necessária para a produção.
Isso acontece porque esse tipo de mel só é produzido a partir de árvores nativas como a aroeira, ipê, juazeiro, sabiá e angico que fornecem a florada, matéria-prima essencial para a produção desse tipo de mel, que fica restrito à Região dos Inhamuns.
Com a disseminação do Mel de Aroeira dos Inhamuns os apicultores foram se conscientizando, também, da importância do trabalho associativo e passaram a buscar técnicas mais modernas, principalmente aquelas adquiridas durante as capacitações promovidas pelos técnicos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE).
Os resultados da produção e o crescimento da renda familiar contribuíram para atrair novos produtores. O grupo, hoje, já chega a cerca de 300 apicultores integrados à cooperativa. A produção de mel surgiu como alternativa ao cultivo tradicional de grãos (milho e feijão) de sequeiro, que sempre dependeram das chuvas.
Agora, o mel de aroeira dos Inhamuns é uma alternativa à sobrevivência dos apicultores de cinco municípios da Região: Aiuaba, Arneroz, Quiterianópolis, Tauá e Parambu, com a vantagem de permitir a expansão de outras fontes de renda como o cultivo de fruteiras e hortaliças e a criação de animais – ovinos e caprinos, porque a produção do mel de Aroeira dos Inhamuns não atrapalha as outras culturas.
De acordo com técnicos da Prefeitura de Parambu, além de ampliar a renda familiar, a produção do mel de aroeira contribui para a preservação ambiental, sem uso de agrotóxico e de queimadas. Segundo Jorge de Moura, integrante do Pacto do Meio Ambiente dos Inhamuns e dos Sertões de Crateús, avalia que o projeto é rico em cooperativismo, ações protetivas ao meio ambiente e de apoio à melhoria da renda da agricultura familiar.
Os apicultores pretendem fracionar e dar valor agregado ao produto. De acordo com técnicos do Escritório do Sebrae/CE que atuam na Região dos Inhamuns, o acolhimento dos apicultores ao projeto foi decisivo para o crescimento da atividade em Parambu. “É uma cooperativa que deu certo e a produção é de mel puro, segundo florada da época. Existe uma demanda assegurada e a produção é sustentável e tende a crescer”, frisam.
Um grupo, inclusive, já vem comercializando o produto para a merenda escolar, por meio do Programa de Aquisição da Agricultura (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em média, cada família de apicultor tem uma renda mensal estimada em R$ 1.200. É um complemento a outras atividades, sem exigir muito tempo e dedicação.