O aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, que chegou a 50%, levou o Governo do Ceará a declarar situação de emergência econômica. A decisão visa reduzir os impactos sobre o comércio exterior do estado, especialmente nos setores de agronegócio, calçados e alimentos, que destinam cerca de metade de suas exportações ao mercado norte-americano.
A situação de emergência foi oficializada com a inclusão do artigo 15-A no Decreto n.º 36.797, publicado na quarta-feira (03/09) no Diário Oficial do Estado (DOE). O dispositivo reconhece a crise decorrente do aumento tarifário e autoriza a adoção de medidas excepcionais para mitigar seus efeitos.
Para proteger as empresas exportadoras, o Governo Estadual lançou um pacote de ações que inclui facilitação de crédito, redução de encargos e a compra direta de produtos como mel, pescados e castanha de caju. Os itens adquiridos serão destinados a programas públicos, como a merenda escolar, evitando fechamento de empresas e preservando empregos. Com a medida, aproximadamente 300 empresas cearenses devem ser beneficiadas.
Nesse sentido, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) abriu edital de chamamento público em 22 de agosto para credenciar empresas afetadas pelo aumento tarifário. Essa iniciativa integra o conjunto de ações emergenciais voltadas ao fortalecimento da economia local frente à crise internacional.
De acordo com a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), a tarifa de 50%, em vigor desde 6 de agosto, pode provocar a perda inicial de 8 a 9 mil empregos. No primeiro semestre de 2025, as exportações cearenses aos Estados Unidos somaram US$ 556,7 milhões, o segundo maior valor da série histórica iniciada em 1997.
Atualmente, 51,9% das vendas externas do estado têm os EUA como destino, destacando o Ceará como líder nacional em participação proporcional no comércio bilateral. A média brasileira é de 12,1%.
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