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Ceará e Fortaleza, uma análise técnica do Clássico Rei

Ceará e Fortaleza fizeram, neste último sábado (08/02), o primeiro Clássico-Rei do ano de 2025. O confronto de número 603, muito aguardado pela torcida e pela crônica esportiva, terminou mudando a narrativa atual sobre os dois times.

Fotos: Gabriel Silva/Ceará SC

 

O time Alvinegro entrou na Arena Castelão cercado por desconfianças. Apesar de ter conquistado vitórias importantes na temporada, nem o torcedor nem a imprensa esportiva apontavam o Ceará como favorito para o duelo.

Fortaleza entrou em campo como superfavorito, contando com um investimento superior e um elenco mais entrosado. Além disso, o time está sendo preparado para disputar grandes competições, como a Copa Libertadores.

Primeiro Tempo

O Ceará adotou a formação 4-3-3, com Lucas Mugni se destacando tanto nas roubadas de bola no meio-campo, apoiando Fernando Sobral e Richardson, quanto na criação de jogadas ofensivas.

O Fortaleza veio com o que tinha de melhor à disposição do técnico Vojvoda, que escalou Pol Fernández e Zé Welison como volantes, uma dupla que não agradou ao torcedor.

Fotos: Gabriel Silva/Ceará SC

 

Depois dos cinco primeiros minutos, ficou claro que a tática de Léo Condé, treinador do Ceará, era anular o jogo ofensivo do Fortaleza, que explora bastante as laterais com Marinho pela direita e Moisés pela esquerda — jogadores de habilidade e velocidade.

A solução encontrada por Condé foi povoar o meio-campo com marcação firme, impedindo que a bola chegasse aos alas ofensivos do Tricolor. Quando a bola enfim chegava a Marinho ou Moisés, eles eram rapidamente interceptados por marcações duplas: Marlon e Fabiano pela direita, além de Ramon Menezes e Mateus Bahia pela esquerda.

Para completar a boa estratégia, os atletas leoninos erravam muitos passes na intermediária ofensiva, facilitando os contra-ataques alvinegros puxados por Lucas Mugni e Fernandinho.

Aos 12 minutos da primeira etapa, mesmo com menor posse de bola, o Ceará já era melhor em campo. Aos 13, Pol Fernández puxou Mugni dentro da área, mas o árbitro não marcou o pênalti. Logo em seguida, em cobrança de falta pela direita, Lucas Mugni marcou, com ajuda do goleiro Fernando Miguel.

Fortaleza seguiu ineficiente no ataque, perdendo bolas no meio-campo. Em outro contra-ataque, após disputa vencida por Mugni, Pedro Henrique ampliou para 2×0. O Alvinegro ainda perdeu grandes chances com Fernandinho, que saiu cara a cara com Fernando Miguel em duas oportunidades.

Segundo Tempo

No início do segundo tempo, Aylon teve uma grande chance de cabeça dentro da pequena área, mas desperdiçou. O cenário parecia um espelho do primeiro tempo até que Vojvoda fez mudanças importantes.

Fotos: Gabriel Silva/Ceará SC

Com Calebe pela direita e Diogo Barbosa pela esquerda, o Fortaleza melhorou suas jogadas ofensivas, principalmente com Marinho. Em uma dessas jogadas, saiu o pênalti convertido por Lucero, mas foi só: 2×1 Ceará.

Análise

O Fortaleza foi praticamente anulado pela estratégia de Léo Condé no primeiro tempo. Apesar de maior posse de bola, finalizou apenas uma vez. Com suas principais jogadas destruídas, a confiança dos atletas caiu, especialmente após o primeiro gol do Ceará.

No segundo tempo, apesar da melhora, muito devido ao desgaste do Alvinegro, o Fortaleza não conseguiu ameaçar o goleiro Bruno. Para se ter ideia, o primeiro chute em direção ao gol, além da cobrança de pênalti, ocorreu apenas aos 41 minutos. Muito pouco para um time conhecido pelo seu poder ofensivo.

Fotos: Gabriel Silva/Ceará SC

Após a partida, a percepção sobre as duas equipes mudou. O Ceará mostrou que pode ser competitivo no Campeonato Cearense e na Copa do Nordeste, mas precisa de reforços para encarar torneios de maior nível técnico.

O Fortaleza, por sua vez, precisa ajustar seu jogo para enfrentar a Copa Libertadores. Não pode entrar tão previsível e fácil de ser envolvido. No entanto, a qualidade técnica dos jogadores e a experiência da diretoria indicam que o Tricolor de Aço tem potencial para evoluir.

 

ANC Esportes

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