Pela primeira vez na história dos censos demográficos do Brasil, o IBGE incluiu a pergunta direta: “Você se considera quilombola?”. Como resposta, 1.327.802 pessoas se identificaram como quilombolas no país, segundo o Censo 2022. Isso representa 0,65% da população brasileira.
Panorama Nacional
Dos mais de 1,3 milhão de quilombolas, 38,29% reside em áreas urbanas e 61,71% se encontra em situação rural. A região Nordeste concentra a maior parte da população quilombola do país, com 906 mil pessoas, o que corresponde a 68%.

A segunda região com maior concentração quilombola é a Sudeste, com 182 mil. Em seguida, Norte (167 mil), Centro-Oeste (44 mil) e Sul (29 mil).
A maior parcela da população quilombola possui entre 15 a 29 anos, com 24,75%. Em seguida, aparecem os de zero a 14 anos (23,69%), 30 a 44 anos (21,92%) e, por último, os com mais de 60 anos (13,03%).
Ceará
No Ceará, 23.994 pessoas se declararam quilombolas, o que representa 0,27% da população total do estado. A nível nacional, o Ceará ocupa a 10ª posição entre os estados brasileiros com maior população quilombola. Na região Nordeste, o estado está na 6ª posição, atrás da Bahia (397 mil), Maranhão (269 mil), Pernambuco (78 mil), Alagoas (37 mil) e Piauí (31 mil).
O Ceará possui 36,01% da população quilombola do estado vivendo em zonas urbanas, enquanto 63,99% vivem em áreas rurais. Em se tratando da localização dos domicílios em territórios quilombolas, 19,21% estão dentro dessas localidades e 80,79% estão fora.
A taxa de analfabetismo entre os quilombolas cearenses com 15 anos ou mais é de 26,38%. O número ultrapassa a média do Nordeste (21,60%) e do Brasil (18,99%).
Condições de Moradia
A pesquisa do IBGE também detalhou as condições dos domicílios com pelo menos um morador quilombola. Em 72,26% dos domicílios quilombolas há água encanada, mas o acesso precário entre quilombolas urbanos é 3,4 vezes maior que o resto da população.
Em se tratando de esgotamento sanitário, 67,17% dos domicílios têm esgoto jogado em fossa rudimentar, buraco, vala, rio, mar etc., ou nem têm esgotamento. Isso afeta mais de 936 mil pessoas quilombolas, o que equivale a 70,53% da população quilombola.
Dentro de territórios quilombolas em áreas urbanas, a falta de coleta de lixo é 10 vezes maior entre os quilombolas do que na população urbana geral. A proporção de quilombolas urbanos sem coleta de lixo é 4,8 vezes maior que entre os demais moradores urbanos.
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