
Um relatório divulgado nesta semana pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) revelou que o Ceará ocupa, junto com Mato Grosso e Rondônia, a quinta colocação entre os estados com melhor desempenho em segurança viária para motoristas no Brasil.
O levantamento, chamado Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança (IRIS), analisou diversos critérios. Em uma escala de 1 a 5, o Ceará obteve nota 3,29 na avaliação geral, em uma lista liderada pelo Distrito Federal, que alcançou 4 pontos.
O ranking foi baseado em sete eixos principais, seguindo diretrizes do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), do Ministério dos Transportes:
- Gestão da Segurança no Trânsito;
- Vias Seguras;
- Segurança Veicular;
- Educação para o Trânsito;
- Vigilância; Promoção da Saúde e Atendimento às Vítimas;
- Normatização e Fiscalização;
- Indicadores de Mortalidade
Em boa parte dos itens, o Ceará teve notas medianas ou acima da média. No entanto, o quesito educação para o trânsito teve desempenho fraco: com pontuação de 6,17, o estado ficou na 20ª posição entre os 27 avaliados.
Esse eixo considera fatores como: número de motoristas habilitados em relação à frota, índices de infrações por uso de álcool ao volante, excesso de velocidade, falta de cadeirinha infantil e uso do celular durante a condução.
“Por outro lado, índices muito baixos podem indicar ausência de ações efetivas de controle, deixando a população exposta a riscos diários”, completa o IRIS.
O estudo considera, para a gestão da segurança no trânsito, a integração dos municípios ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), a qualidade dos dados disponíveis no Registro Nacional de Entidades de Trânsito (RENAEST) e a transparência nos portais dos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans).
Neste aspecto, o Ceará aparece em 14º lugar, com nota inferior à intermediária: 3,51. O índice vai até 10, nota máxima atingida apenas pelo Distrito Federal.
Situação semelhante se aplica ao item segurança veicular, no qual o estado ocupa a 12ª colocação. Os primeiros lugares foram ocupados por estados da região Norte, sendo o Pará o único a conquistar a nota 10. Com nota 5,92, o Ceará ficou atrás de estados como Maranhão, Piauí e Alagoas, que obtiveram resultados mais altos no IRIS.
Já no pilar vigilância; promoção da saúde e atendimento às vítimas, o estado alcançou nota 6,15, ficando em 13º no ranking. No Nordeste, apenas Bahia (5,82), Alagoas (5,19) e Sergipe (nota zero) ficaram em posição inferior.
No item indicadores de mortalidade, o Ceará aparece em 12º lugar nacionalmente, com nota 6,37. No Nordeste, somente o Rio Grande do Norte (8,21) teve desempenho melhor. A taxa de mortes no trânsito no estado é de 14,71 para cada 100 mil habitantes. Em âmbito nacional, Distrito Federal e São Paulo atingiram nota 10, em um ranking liderado por estados do Sul, Sudeste, além de Amapá e Acre.
No quesito vias seguras, o Ceará sobe para a 11ª colocação. São Paulo foi o único a obter nota máxima. O estudo mostra que 18,65% das rodovias cearenses foram classificadas como ruins ou péssimas. Apenas 3,36% das BRs no estado são duplicadas.
A nota do Ceará foi 6,72, atrás de Alagoas (8,02) e empatado com Piauí e Sergipe, que levaram vantagem nos critérios de desempate. Apesar dos resultados medianos nos demais pilares, o estado se destaca na região Nordeste em normatização e fiscalização, sendo o terceiro colocado do país, atrás apenas do Distrito Federal (10) e Tocantins (4,56).

Esse critério considera três índices: infrações por frota, número de câmeras de fiscalização por frota e infrações por velocidade captadas por câmera. Nesse item, o Ceará teve nota 3,47. As diferenças entre as notas, segundo o estudo, “mostram que os estados brasileiros ainda apresentam grandes diferenças em termos de cobertura tecnológica, eficiência na aplicação da lei e capacidade de registrar infrações de trânsito”.
Isso envolve o uso de fotossensores, presença de agentes nas ruas e emissão de multas por diversas infrações de trânsito em Fortaleza e outras cidades do estado.