O empate joga pressão no técnico Eduardo Barroca e no elenco alvinegro que não consegue se aproximar do G4 e deixa a desconfiança se realmente vai iniciar uma evolução na Série B e entrar na briga pelo acesso
A expectativa do torcedor do Ceará, neste domingo (25), era ver como foi a evolução do time após a parada para as data-Fifa e a oportunidade de treinar e ajustar os erros de posicionamento, o padrão tático, a forma física e tantos erros que o Ceará vinha apresentando ao longo da temporada e que estavam recorrentes. O adversário o Sampaio Correia, que antes da rodada estava perto da zona de rebaixamento.
O que se viu até os 40 minutos do primeiro tempo foi um Sampaio Correia que dominou as ações com direito a nó tático no Ceará, que não viu a cor da bola nem chegou com perigo ao gol adversário.
O Ceará até que tentou buscar o jogo com passes no meio de campo nos minutos iniciais, mas foi o Sampaio Corrêa quem ditou o ritmo da partida. Aproveitando-se das falhas construtivas da equipe alvinegra, o time maranhense foi, no decorrer dos minutos, empurrando o Vovô para o campo de defesa e colocando a partida para uma parte do campo que lhe era confortável. Com isso, o Sampaio abriu o placar aos 15 minutos de jogo em uma bela jogada de Pimentinha pela direita, que a defesa alvinegra não acompanhou. Ele deixou Ytalo na cara de Bruno Ferreira, que só fez empurrar para dentro das redes.
O Ceará chegou ao ataque aos 34 minutos do primeiro tempo, quando Jean Carlos chutou para assustar o goleiro Luis Daniel. Aos 40, um erro da defesa do Sampaio Correia, proporcionou um contra-ataque do Ceará e Jean Carlos encontrou Erick livre que bateu de longe e empatou o jogo.
Antes do empate, o Sampaio Correia ainda teve chance de ampliar o placar mas Bruno Ferreira salvou o Vozão mais de uma vez.
Na segunda etapa, o Sampaio Corrêa seguiu com o domínio do jogo. Apesar das mudanças no meio de campo, o Ceará pouco progrediu e seguiu sendo pressionado pelo adversário. Aos 10 minutos, a equipe da casa ainda teve oportunidade de empatar após a marcação de um pênalti, que precisou do árbitro de vídeo para ser confirmado. Bruno Ferreira defendeu a cobrança de Marcinho.
No decorrer do tempo, o Vozão conseguiu ter um pouco mais a bola, mas as chances de gol perigosas só foram criadas nos minutos finais. Apesar das altas finalizações, a equipe não conseguiu converter os chutes em gol e saiu de campo com apenas um ponto a mais.
Falta de confiança da torcida
O Ceará volta com um ponto na bagagem. Pelo contexto do Campeonato um empate fora de casa pode até ser comemorado, mas para as pretensões do Ceará e pela campanha que o Vozão vem apresentando, a atuação foi muito preocupante.
Permanecendo em 7º lugar na classificação geral, o Ceará tem 20 pontos e pouco mais de 51% de aproveitamento. Está cinco pontos distante do G4 e para chegar lá precisa, no mínimo vencer os dois próximos compromissos contra Avaí (dia 28, em casa) e Sport (dia 2, fora de casa), além de torcer por uma combinação de resultados.
A tarefa se torna mais difícil quando não se vê evolução no time de Eduardo Barroca e uma insistência pela utilização de um time que não está rendendo o que se espera.
A torcida do Ceará não parece confiante de que o time vai responder em campo porque o treinador olha para o banco e não vê substitutos a altura para entrar e modificar um esquema tático, para desfazer uma estratégia do adversário ou reagir a uma situação de adversidade durante a partida.
A janela de contratações abre no próximo dia 2. O lateral Orejuela chegou a Porangabussu e já treina com o elenco. A diretoria se movimenta no mercado, mas a experiência de 2022 ainda é um trauma que o torcedor alvinegro carrega.
Para pensar em Série A em 2024 o Ceará não vai mais poder errar na janela de contratações e o técnico Eduardo Barroca vai ter que tirar o elenco atual e de eventuais reforços o melhor deles para que o Ceará alcance o objetivo que a torcida tanto espera: o acesso à Série A.