O Ceará encerrou o ano de 2023 com uma redução de 3,3% no valor da sua produção agrícola, somando R$ 5 bilhões. Os dados foram revelados na quinta-feira (12/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este desempenho quebra uma sequência de quatro anos de crescimento e marca o terceiro ano de declínio no valor da produção na última década.
O impacto do fenômeno climático La Niña foi determinante para isso, especialmente nas culturas de milho e feijão, que apresentaram resultados abaixo do esperado em comparação ao ano anterior. Apesar da tendência negativa geral, alguns produtos tiveram um desempenho positivo notável.
O tomate se destacou ao liderar a lista de produtos pelo valor gerado, com R$ 719 milhões, o que representa um aumento significativo de 20,2% em relação ao ano passado. A mandioca também teve um bom desempenho, com uma produção de 728 mil toneladas e uma geração de R$ 506 milhões, um incremento de 11,4%.
Em contraste, o milho sofreu uma queda severa tanto na produção quanto no valor. O volume produzido caiu para cerca de 360 mil toneladas, uma redução de 33,1% em relação ao ano anterior, e o valor da produção caiu 42,8%, refletindo a correção dos preços da commodity.
No que diz respeito ao volume total, a mandioca, a cana-de-açúcar, o coco-da-baía, a banana e o milho foram os principais produtos cultivados no Ceará em 2023. A cana-de-açúcar foi a única exceção, com um aumento de 6,5% na produção. A soja também teve uma performance destacada, atingindo um novo recorde com 19,1 mil toneladas produzidas no estado.
A Serra da Ibiapaba dominou a lista dos municípios com maior valor de produção agrícola, correspondendo a 30% do total do estado. Estes municípios, que geraram R$ 1,5 bilhão, têm o maracujá como produto principal. O tomate também é significativo nessa região. Guaraciaba do Norte se destacou como o município com o maior valor de produção, alcançando R$ 216,7 milhões, especialmente na produção de tomate, o que representa 8% do total estadual.
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