Mensurar de forma quantitativa, o desempenho dos estados em termos de inovação, identificando seus pontos fortes e fracos, é a finalidade do Índice FIEC de Inovação dos Estados 2024 que chegou à sua 6ª edição. A pesquisa foi revelada pela especialista em Inteligência Competitiva do Observatório da Indústria – Ceará, Eduarda Mendonça e pelo gerente do Observatório da Indústria, Guilherme Muchale.
A apresentação dos dados aconteceu na manhã desta terça-feira (17.12), no Observatório da Indústria, instalado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Participaram do encontro, assessores de comunicação da FIEC, profissionais das mídias impressas, radiofônicas, televisivas e digitais.
O presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, tem o seu ponto de vista: “Em sua 6ª edição, o Índice FIEC de Inovação dos Estados se consolida como relevante contribuição para o fortalecimento dos ambientes de inovação em todas as regiões brasileiras, já sendo utilizada por diversos governos estaduais como direcionar para otimização das políticas de apoio à ciência, tecnologia e inovação”.
* O Ranking Nacional
A publicação classifica os 27 estados brasileiros com base em indicadores como Investimento e Financiamento Público em Ciência e Tecnologia, Capital Humano, Infraestrutura, Produção Científica e Empreendedorismo. São Paulo é apontado como estado mais inovador do Brasil, seguido por Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Entre os aspectos avaliados, o Sudeste continua sendo o maior polo de inovação do Brasil, com São Paulo liderando, posição que manteve ao longo de todo o período analisado. Já o Sul aparece em segundo lugar, seguido pelo Nordeste, que ocupa o terceiro lugar.
Embora a configuração regional permaneça estável, a pesquisa mostra um avanço notável no estado do Espírito Santo, que subiu da 12ª para a 7ª posição no ranking, destacando-se como o estado com maior expansão no âmbito da inovação nos últimos anos.
Entre os cinco estados do Nordeste que tiveram resultados positivos está o Ceará, que ocupa a primeira posição, seguido do Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí e Alagoas que completam o ranking dos que apresentam crescimento. Já a nível nacional, o Ceará está na 8ª posição e o Rio Grande do Norte na 11ª. Por outro lado, Bahia e Goiás passaram por retrocessos, caindo da 9ª para a 12ª e da 7ª para a 10ª colocação, respectivamente. Fatores como burocracia excessiva, a falta de qualificação da mão de obra e uma infraestrutura deficiente seguem como desafios para o progresso.
O presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, pontua: “Compreender a capacidade inovadora da indústria do século XXI é fundamental para nortear políticas públicas estratégicas e eficientes”. Ele ressalta que o Índice é crucial para guiar os estados na criação de ações mais eficazes para fomentar o desenvolvimento.
Já o gerente do Observatório da Indústria, Guilherme Muchale, diz que o Índice “funciona como uma bússola” e oferece grande potencial para os estados aprimorarem suas estratégias de inovação. “Por meio dele, é possível identificar atividades inovadoras que se desenvolvem com fluidez, além de pontos de melhoria a serem trabalhados”, informa.
* O Custo Brasil
Apesar de alguns estados avançarem em termos de inovação, o estudo aponta ainda desafios persistentes, como o Custo Brasil, estimado em R$ 1,7 trilhão anuais (cerca de 20% do nacional). Esse custo elevado é resultante de problemas como burocracia, infraestrutura deficiente e falta de qualificação da mão de obra, que dificultam o desenvolvimento da inovação no Brasil. Também contribuem para o aumento do custo e lentidão no avanço da inovação, aspectos como a judicialização e os riscos trabalhistas.
* O Índice FIEC de Inovação dos Estados
Importante ferramenta para avaliar e orientar políticas públicas voltadas à inovação em todas as regiões do Brasil. É como se apresenta a pesquisa feita pelo Observatório da Indústria – Ceará com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
“O Índice FIEC de Inovação dos Estados já se tornou uma relevante contribuição para o fortalecimento dos ambientes de inovação em todo o país, sendo utilizado por diversos governos estaduais para otimizar políticas de ciência, tecnologia e inovação”, ressaltou Ricardo Cavalcante. Pode-se afirmar que, em sua 6ª edição, o Índice se consolidou como uma referência para o fortalecimento dos ecossistemas de inovação.
Os estados são classificados pelo estudo com base em dois subíndices: Capacidades e Resultados. O subíndice de Capacidades mede o ambiente inovador, considerando fatores como investimento em ciência e tecnologia, infraestrutura e capital humano. E o de Resultados avalia a competitividade global, a produção científica e o empreendedorismo, entre outros indicadores.
Além de ser uma ferramenta estratégica para a formulação de políticas públicas, o estudo demonstra a importância de um investimento contínuo em áreas como ciência, tecnologia e empreendedorismo, para que o Brasil se torne mais competitivo no cenário global.
O estudo completo e a série estão disponíveis na página do Observatório: [https://www.observatorio.ind.br/inteligencia-competitiva?conteudo=c1&sub=sc1#].