O número de consumidores inadimplentes no Ceará teve um crescimento de 1,8% entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, segundo informações divulgadas pelo SPC Brasil e pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE) no relatório de março do Radar do Varejo Cearense. Esse avanço representa uma desaceleração quando comparado ao aumento de 6,1% observado em janeiro de 2025, indicando uma possível estabilização do índice de inadimplência no estado.
O levantamento também revelou que, em fevereiro de 2025, a média da dívida por consumidor inadimplente alcançou R$ 4.421, valor 6,2% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. No entanto, ainda não há um padrão consolidado para a evolução dessas dívidas nos próximos meses.
Os dados mostram que 31% dos inadimplentes possuem débitos inferiores a R$ 500, enquanto 16,2% acumulam dívidas superiores a R$ 7.500. Além disso, o volume total de pendências financeiras subiu 3,9% em fevereiro, com cada consumidor em situação de inadimplência devendo, em média, 2,3 contas em atraso.

O setor bancário concentra a maior parte das dívidas, respondendo por 62% dos casos. Em seguida, aparecem as contas de serviços essenciais, como água e energia elétrica (14,9%), e o comércio (8,2%). Outro dado é o Indicador de Reincidência, que apontou que 90% dos consumidores que estavam inadimplentes em outubro de 2024 já haviam enfrentado dificuldades financeiras em algum momento nos 12 meses anteriores.
Comércio e Mercado de Trabalho
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo apresentaram um aumento de 0,9% em janeiro de 2025 em relação ao mês anterior. Já o varejo ampliado, que inclui setores como automóveis e materiais de construção, registrou um avanço de 1,7% no mesmo período.
Entretanto, o mercado de trabalho mostrou sinais de enfraquecimento. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Ceará registrou um saldo negativo de 1.225 postos de trabalho formais em janeiro de 2025, contrastando com o saldo positivo de 1.436 vagas observado no mesmo mês de 2024.
Por outro lado, a taxa de desemprego no Ceará manteve sua trajetória de queda, atingindo 6,5% em 2024, um patamar superior à média nacional, que ficou em 6,2%. Já a renda média real no estado foi estimada em R$ 2.158 no mesmo período, um valor superior ao registrado nos anos anteriores.
Apesar dos desafios enfrentados pelo mercado de trabalho, Freitas Cordeiro, presidente da Federação das CDLs do Ceará, avalia que o comércio cearense continua apresentando um desempenho acima da média nacional. No entanto, ele ressalta que os primeiros dados de 2025 ainda não permitem uma projeção definitiva sobre o desempenho econômico do ano.
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