O Ceará consolidou em 2024 sua posição como maior produtor de castanha de caju do país, respondendo por 64% da safra nacional. Segundo o Levantamento da Produção Agrícola Municipal (PAM), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os municípios cearenses produziram 101,9 mil toneladas, frente a 159 mil toneladas registradas em todo o Brasil.
O município de Bela Cruz lidera o ranking estadual e nacional, com 13,6 mil toneladas, avaliadas em R$ 61,5 milhões, e crescimento de 75% em relação à safra anterior. Beberibe e Alto Santo completam o pódio cearense. Das dez cidades brasileiras com maior produção, o Ceará domina oito posições, enquanto apenas Pio IX (PI) e Serra do Mel (RN) estão fora do estado.
- Bela Cruz (CE) – 13.686 toneladas (R$ 61 milhões)
- Beberibe (CE) – 12.818 toneladas (R$ 70 milhões)
- Alto Santo (CE) – 8.220 toneladas (R$ 43 milhões)
- Pio IX (PI) – 7.425 toneladas (R$ 27 milhões)
- Serra do Mel (RN) – 7.000 toneladas (R$ 35 milhões)
- Ocara (CE) – 6.768 toneladas (R$ 26 milhões)
- Cascavel (CE) – 5.000 toneladas (R$ 24 milhões)
- Aracati (CE) – 4.747 toneladas (R$ 27 milhões)
- Cruz (CE) – 4.290 toneladas (R$ 19 milhões)
- Barreira (CE) – 3.501 toneladas (R$ 17 milhões)

Historicamente, o Ceará domina a produção de castanha desde 1988, ano de início da série histórica da PAM. A exceção foi em 1998, quando foi superado pelo Rio Grande do Norte. Na edição anterior do levantamento, Serra do Mel, no Rio Grande do Norte, liderava a produção de castanha, mas agora ocupa a quarta posição no ranking nacional.
Segundo Jocilene Pinheiro, engenheira agrônoma da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), a cultura se adapta bem às condições do litoral cearense. O crescimento da safra em 2024 é atribuído a chuvas acima da média e à adoção de novas tecnologias, como o plantio de cajueiro anão precoce e a substituição de copa.

“Por ser uma cultura perene, mesmo que utilizando mudas de cajueiro anão-precoce, se consolida com produção elevada a partir do terceiro ano. Ou seja, parte dos aumentos de produção registrados em 2024 são frutos, também, desses incentivos em anos anteriores e avanços na assistência técnica”, explica.
A castanha de caju é a quinta lavoura permanente mais cultivada no estado, atrás de coco, banana, maracujá e mamão. O aumento da produção também é incentivado pelo mercado, com preços mais altos e expansão de produtos derivados, incluindo hambúrguer de caju, leite de castanha, espumantes e cervejas artesanais.
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