A Notícia do Ceará
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Ceará perdeu R$ 12 bi com a violência no trânsito em 2015

acidente_cruzamentoO Estado do Ceará perdeu o equivalente a R$ 12,38 bilhões, no ano passado, com a violência no trânsito. Esse é o impacto econômico provocado pelos 63.241 casos de invalidez permanente e a morte de 2.242 pessoas, resultantes de colisões e atropelamentos. O cálculo refere-se à interrupção da atividade produtiva como resultado da incapacidade de trabalho. Os dados fazem parte do estudo Estatísticas da Dor e da Perda do Futuro: novas estimativas, do economista Cláudio Contador, diretor do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), da Escola Nacional de Seguros, e Natália Oliveira, coordenadora do CPES.

O relatório, que toma por base os indicadores do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat), indica uma perda equivalente a 9,91% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. “É assustador o número de brasileiros mortos e feridos por ano. Segundo a Organização Mundial de Saúde, somos destaque nesta triste estatística. Em 2010, estávamos atrás apenas de China, Índia e Nigéria”, disse Cláudio Contador.

O Ceará registrou o segundo maior número de casos de invalidez permanente no Brasil, no ano passado, em função da violência no trânsito. Minas Gerais é o primeiro, com 65 mil. Esse tipo de ocorrência no Estado é maior que o de toda a região Norte (61 mil). De acordo com o estudo, é como se 173 pessoas se tornassem inválidas permanentes por dia, uma média de sete acidentes a cada hora.
O impacto econômico da violência no trânsito corresponde a duas vezes a arrecadação da Prefeitura de Fortaleza, que foi de R$ 5,3 bilhões, em 2014. O valor também é 14 vezes maior que o gasto pela cidade na área de educação (R$ 896 milhões anuais) e quase oito vezes o investimento em saúde (R$ 1,6 bilhão).

Nível nacional
No Brasil, a cada ano, cerca de 664 mil pessoas se envolvem em acidentes de trânsito, segundo registros do Dpvat. Deste total, 43 mil são vítimas fatais e 525 mil sofrem invalidez permanente. O impacto econômico decorrente da incapacidade para o trabalho é de R$ 197 bilhões, ou 3,34% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Segundo Natália Oliveira, coordenadora do CPES e coautora do estudo, no Brasil, a grande maioria das vítimas está em idade ativa: 90,4% concentram-se na faixa etária de 18 a 64 anos. Ou seja, pertencem a um grupo em plena produção de riquezas para a sociedade. O impacto econômico causado pela perda de mão de obra é chamado de Valor Estatístico da Vida (VEV), ou seja, o quanto a pessoa deixa de produzir anualmente por morte ou invalidez. No Brasil, este valor é de R$ 2.200,00 e no Estado do Ceará de R$ 1.040,00.

O VEV tem por base outra pesquisa em que foi levado em conta o perfil da população em cada estado (sexo, faixa etária, renda per capta, produção). Por isso, os valores variam tanto de um estado para outro. Do total de vítimas fatais do trânsito, 74% são homens e 26%, mulheres. Entre os homens mortos, 92% têm entre 18 e 64 anos. “Isso significa que essas pessoas deixam de produzir para o País e para suas famílias, em um efeito cascata que gera uma perda imensa”, afirma Natália.

O.E.

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